quinta-feira, 23 de outubro de 2008

TAO e CHI

O Céu é magnífico, flexível e grandioso.
A Terra é compacta, firme e linda.
O ser humano é filho do Céu e da Terra.
Ou seja, é grandioso e lindo, verdadeira maravilha da natureza em equilíbrio.
A riqueza de todos os seres é o Chi*.
O ouro da natureza se espalha pelo ar e faz a vida acontecer de formas variadas.
Quem harmoniza o Chi em si mesmo é detentor de grande riqueza.
O ouro brilha em seu sangue e em seus ossos.
É isso que os sábios chamam de “o ouro circulando pelo templo secreto”.

* * *

O corpo, beleza da Terra.
O espírito, maravilha celeste.
Ambos são expressões do TAO, ao qual tudo remonta.

* * *

O Céu e a Terra são duas grandezas do Chi, Yang e Yin, em seu movimento perpétuo, no ir e vir, na alternância dos ciclos vitais. Entre essas duas grandezas, o ser humano, por onde o Chi também circula e opera a grandeza da manifestação vital.

* * *

O Céu e a Terra, Yang e Yin; entre os dois, o homem; circulando nele, o Chi.
E em tudo, o TAO!
Eis aí a Grandeza das grandezas.

* * *

O TAO opera na misteriosa urdidura dos princípios vitais.
Esse é o grande mistério: só o TAO é que sabe o que é o TAO!

* * *

Olhe a flor do lírio-branco desabrochando alegremente e saudando a luz solar e o azul do Céu. Ao mesmo tempo, ela agradece o apoio e a nutrição da Terra. Para desabrochar na natureza ela teve que nutrir-se das profundezas do solo.
Por isso ela agradece ao Céu e à Terra, e ao Chi secreto, que lhe permitiu ser una com essas duas grandezas da natureza.
Olhe a flor do lírio-branco, riqueza do Céu e da Terra, e aprenda algo com isso.

* * *

Aprenda: o lírio-branco tem a capacidade de absorver cargas psíquicas densas aderidas ao corpo humano e sua aura.
Medite com um lírio-branco** perto de seu corpo, respire sua fragrância e sinta-se rejuvenescido. E depois, agradeça ao TAO, origem de sua vida, do lírio, do Chi e de tudo.

* * *

Medite: se você é uma grandeza entre o Céu e a Terra, então, jamais se permita ser engolfado pelas ondas da tristeza. Opere a graça do Chi em si mesmo. Faça a energia circular sadiamente pelo seu corpo (pelo sangue e pelos seus ossos).
Seja rico de luz. Seja feliz, por dentro e por fora, em cima e embaixo, à esquerda e à direita, à frente e também atrás, em corpo e espírito, sempre agradecendo ao TAO, a Grandiosidade das grandiosidades.

* * *

Na misteriosa urdidura vital do universo, o TAO.
Entre o Céu e a Terra, você.
Circulando, indo e vindo, o Chi.
Uno em si mesmo, harmonize a mente e o corpo no Chi do coração.
Respire a fragrância do amor sem fronteiras.
Pense com alegria naquele poder incomensurável, que faz acontecer o brilho de incontáveis estrelas na imensidão do tapete sideral; aquele mesmo poder incognoscível, que faz a vida acontecer em seu coração.


* * *

Pense num buraco negro, o TAO está lá!
Lembre-se de um sorriso, o TAO está nele!
Na criança e no ancião, no Céu e na Terra, no espírito e no corpo, no dia e na noite, no sol e na lua, no centro dos amantes, no cerne da vida e em tudo o que você pensar, lá estará o TAO!
Isso não se explica, só se sente.

* * *

O TAO é o inominável, mas quando as pétalas luminosas do lírio de seu coração se abrem, rendidas ao poder maior, o nome disso é AMOR.

* * *

O TAO não pode ser explicado ou descrito pela linguagem comum, mas aquilo que os homens sentem pode ser chamado de pulsação da luz.
O TAO é o incognoscível, que jamais será limitado pelos conceitos humanos, mas, poderá ser sentido naqueles momentos em que o coração se torna igual ao lírio branco.
Por isso se diz que os sábios são semelhantes às flores: é que eles desabrocham a serenidade constantemente e sempre agradecem ao TAO, por tudo.
Eles são capazes de absorver as dores da humanidade, e as transformam em suaves harmonias de Chi.
Por isso se diz que eles são de ouro.
E eles sempre aconselham a todos: “agradeçam ao TAO”.
Sejam ricos, sejam felizes!
Vivam com luz e amor.
Sejam grandezas, como o Céu e a Terra.
E jamais se esqueçam: nos nove mundos siderais o Chi brilha muito.
Brilhem junto”.


P.S.: O TAO é o TAO, e só Ele é que sabe o que é!

Quanto a nós, sejamos apenas nós mesmos, melhorados a cada dia, mais serenos e lúcidos a cada manhã, mais amorosos e alegres em cada anoitecer, mais agradecidos ao TAO, por também sermos grandezas entre o Céu e a Terra.

O Céu é magnífico, a Terra é linda, e o ser humano é uma das grandezas da natureza.

No Céu, na Terra e em todos os seres, o TAO, a Grandeza das grandezas.



- Tao-Chi*** –
- Notas:

* Chi (do chinês): força vital, energia.
** O lírio-branco é considerado um símbolo de pureza dentro de várias tradições espiritualistas. Para melhor compreensão do leitor, reproduzo na seqüência uma descrição detalhada dessa flor, extraída da enciclopédia “Plantas Que Curam”:

- Lírio-branco: Nome científico: Lillium candidum / Família: Liliáceas.

Descrição: “Nativo da Ásia, o lírio-branco pode ser visto com freqüência nos jardins brasileiros. Trata-se de planta herbácea que chega a medir até um metro e meio de altura, possui bulbo grosso e escamoso, folhas estreitas e longas e haste reta.

Na extremidade da haste desabrocham, entre o final da primavera e o início do verão, belíssimas flores brancas e intensamente perfumadas em cachos grandes, que simbolizam a pureza e por isso utilizadas para enfeitar os altares das igrejas. Para fins medicinais, empregam-se os bulbos, frescos ou secos, e as pétalas das flores.”


*** Tao-Chi: Equipe extrafísica de amparadores ligados à egrégora (atmosfera espiritual) do Taoísmo. Originalmente eram duas equipes: a equipe Tao e a equipe Chi. Posteriormente, as duas equipes se fundiram numa só: Tao-Chi.

Esse grupo me passa ensinamentos oriundos do Taoísmo adaptados à realidade ocidental e aos estudos espirituais modernos, notadamente sobre as projeções da consciência e os estudos de Bioenergia. São exímios manipuladores de energia e ajudam a muitos projetores.


Obs.: TAO (do chinês): "O Caminho"; "a essência de tudo"; "O Todo". Na verdade, o TAO não pode ser descrito ou explicado por palavras humanas. Por isso, deixo a cargo do sábio Lao-Tzé uma explicação mais apropriada:


"Há algo natural e perfeito, existente antes de Céu e Terra.
Imóvel e insondável, permanece só e sem modificação.
Está em toda parte e nunca se esgota.
Pode-se considerá-lo a Mãe de tudo.
Não conhecendo seu nome, chamo-o TAO.
Obrigado a dar-lhe um nome, o chamaria Transcendente."

- Lao Tzé - in "Tao Te King" – China, Século VI a.C.



**** Alguns dias depois de ter recebido esse texto, um dos amparadores do Tao-Chi me passou os três seguintes toques espirituais e projetivos:


1. Quando você sorri, o Chi circula melhor por seu corpo e em seu espírito.

2. Durma igual criancinha!
Respire leve, solte-se.
Sinta-se seguro, amparado pelo TAO.
Seja sereno e feliz!

3. Ninguém voa carregando muito peso.
Retire o excesso.
Tenha sucesso!
Esteja certo.
Alegria é remédio.
Amor é a ação.
Paz é fazer o certo.
Unir-se ao Chi é sorrir.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Lótus e a Concha (2° dia)

No segundo dia da descoberta

Voltei aos lugares onde achei as conchas.
Por incrível que pareça, lá, na extensão da mesma praia, a qual percorri inteira, achei várias outras.

Nunca vi tantas em tão bom estado, em tão forte coloração.

Em determinado ponto, notei que estava em uma parte da praia, onde somente haviam conchas ainda ligadas.

Ao final da caminhada, evitei pensar em quaisquer acontecimentos, somente caminhei, observando e coletando as conchas que me chamavam a atenção.

Ao todo 29 conchas, dentre as quais, 25 rosadas, e dentre estas, 6 ainda ligadas, e destas, 3 com ligações muito fortes ainda.

A sensação durante o processo... foi de que nada há a perder... a não ser a capacidade de se deixar ligar.

Tantas conchas sem o par... Poderiam ser mais fortes as ligações entre elas...
Tantas conchas sem o par, mas que precisavam se separar para cumprir sua função.

Tantas conchas sem o par...

E neste espaço onde caminhei, existia beleza, mesmo observando que havia ali a ausencia de toda a quela vida que poderia ainda estar existindo dentro das conchas.

As partes separadas, davam um ar belo às areias mais escuras da praia.

Apesar de algumas conchas serem bonitas juntas, devem se separar para sua beleza aumentar e poder valorizar ainda mais as que ainda estão unidas.

Em alguns lugares, nao existem muitas conchas unidas... em outros há muitas...
Onde será que vale mais uma unida?

A parte real do que caminhei, foi ver que as conchas, apesar de parecerem "tristes" ao estarem separadas, não o são... pois ainda irradiam beleza, na sua simplicidade.

Assim devemos ser...

Explico

Quando temos um relacionamento em nivel mais profundo, temos receio no inicio, pois um vinculo que promete ou supoe-se vir para ser duradouro, assusta. E assusta como nunca. Pois ao primeiro momento, temos receio de ficar presos a algo por mais tempo do que desejaríamos, ficar presos por obrigação...

Nossa mente fica poluída com pensamentos estéreis de sensações tristes. As quais ainda podem ser regadas por vestígios do nosso passado, ou lembrança do passado de outras pessoas, ou ainda, mera especulação negativa.

Após o primeiro momento, quando se supera e ainda não se vive a real ligação, temos medo do fim. quando as partes se separarão.

E em alguns casos, tentamos adiantar o fim, sem ter nem tido ou vivenciado o começo.

O medo de se entregar a essa ligação mais profunda nos causa pavor em alguns momentos, e se nos entregamos a essa sensação, estaremos nos limitando a uma sequencia de fatos nao agradáveis, que nós mesmos estaremos criando, a partir de nossas proprias atitudes. Para depois podermos acusar o outro lado da concha como culpado por isso.

No final, resta ainda as ligações mal encerradas.

Como quando ocorre com as nossas vidas, quando nao conseguimos desapegar de determinadas pessoas que passaram bons momentos conosco.

Aí pode se criar um vínculo vicioso, onde as duas partes mesmo aparentando estarem livres uma da outra, ainda tem algo, por mais invisivel que seja, as aprisionando uma à outra.

Em alguns casos, o vínculo verdadeiro ainda se mantém, mantendo ainda a ligação, mesmo nao existindo a mesma vida entre o casal. Isso não significa que se refira a um casal que more na mesma casa sem se amar, mas sim um casal que mesmo separado, ainda permite o amor viver entre os dois, mesmo sabendo que juntos, não podem manter esse mesmo amor.

Estranho, mas existente. Existem pessoas que se dão melhor após o rompimento das relações do que quando vivenciavam uma relação intima entre os dois.

Em raros casos, quando estão separados, o vinculo aumenta.

Mas o que estive delirando até o momento?
E sobre isso que tento explicar.

Essas são minhas experiências para encontrar a mim mesmo.
Não digo que seja sempre assim, é assim de "onde" eu vejo.

A experiência me ensinou a finalmente libertar mais os pensamentos, sentimentos e reações, afim de que saiam, e fiquem em paz. E me deixem em minha paz. Com minha paz.

A destruição de mais um Maya ocorreu, e ainda há alguns para serem descobertos.
E outros para serem sumariamente eliminados.

Mudanças sempre ocorrem.
Diferenças sempre existem.
Nada permanece sempre igual, nem mesmo as pedras.
O mar, mesmo parecendo sempre o mesmo, tem sua vazante e sua cheia.
A areia da praia, mesmo parecendo sempre estar ali, a todo momento tem suas mudanças.
Mudando um grão de lugar, tudo muda, já não é a mesma praia.

No Taoísmo, aceitar com simplicidade e humildade os fatos, se abrir para o novo, e não se concentrar no resultado desejado, mas sim no momento vivido, o resultado simplesmente aparece quando retiramos o foco do mesmo, é o que concentra a aquisição da sabedoria.

O foco errado no caso das conchas, seria querer a ligação em si, mas sem se dar conta de que é necessária a participação de ambas as partes. Assim sendo, se estaria ignorando parte integrante da solução do problema, se só se observar o foco.

No caso, a equação, depende de 3 variaveis, o par, e o elo que os une. Sendo que o elo aparece quando eles se aproximam. Se eles não se aproximarem, o elo não pode ser criado. E nao pode criar a eles como um novo ser, que seria ali como uniao dos 3, o par e o elo...

O que descobri hoje... Devo desapegar plenamente desses ultimos mayas que ainda me perseguem.
Devo me desapegar de tudo e de todos que me tornem diferente de minha própria essência, para conquistar meu Eu verdadeiro.

A Lótus e a Concha


Antes de começarmos, visualize bem as duas imagens...





Essa é a razão de várias coisas que tenho vivido nos últimos 15 anos.
A procura de uma resposta para questões que nem conseguia nominar.


  1. Sobre a Lótus.
    • A flor de Lótus é venerada na Índia e no Japão, e Oráculo disse que essa era a flor símbolo da espiritualidade; a mais admirada de todas, do "lado de lá", por suas qualidades. A semente de Lótus pode, por exemplo, ficar mais 5.000 anos sem água, somente esperando a condição ideal de umidade pra germinar. Ela nasce na lama e só se abre quando atinge a superfície, onde só então mostra suas luminosas e imaculadas pétalas, que são autolimpantes, isto é, têm a propriedade de repelir microrganismos e poeiras. É também a única planta que regula seu calor interno, mantendo-o por volta de 35º, a mesma temperatura do corpo humano. O botão da flor tem a forma de um coração, e suas pétalas não caem quando a flor morre, apenas secam. Assim, para os Chineses, o passado, o presente e o futuro estão simbolizados, respectivamente, pela flor seca, pela flor aberta e pela semente que irá germinar.
      Nas gravuras indianas, deuses costumam aparecer em pé ou sentado sobre a flor. Isto ocorre com as representações do deus elefante (Ganesha), Lakshmi — a deusa da prosperidade — e Shiva, O destruidor. Krishna têm a seus pés algumas flores de Lótus, que são chamados pada-kamala (pés-de-Lótus). A tradição budista nos relata que quando Siddhartha (que mais tarde se tornaria o Buda) tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram. Representa, assim, que cada passo do Bodhisattva é um ato de expansão espiritual. Tanto que o conhecimento espiritual supremo é comparado ao florescimento do Lótus de mil pétalas no topo da cabeça, como é chamada a expansão do chakra coronário, e seria o equivalente à auréola dos santos da Igreja Católica.



  2. Sobre a Concha
    • A concha representa o Amor, ou Dom Supremo.

      Entenda-se, a concha é feita por duas partes, diferentes, unidas por um único ponto, que é maleável, pois permite o movimento entre as duas, porém, é recoberto por uma fina camada de material vivo, que torna quase impossível separar as duas partes, enquanto o ser vivo que ali existe, permanece entre as duas partes. Algumas conchas, podem produzir pérolas, sendo que as pérolas são obtidas pela inserção (acidental ou não) de um grão de areia entre as duas partes da concha, quer dizer, no ser que ali reside. Esse ser, por sua vez, por estar com esse corpo estranho aplicado a si, tenta se defender do corpo estranho, aplicando nele, sua própria essência, o recobrindo por camadas e mais camadas de matéria, criando assim uma pérola, com o passar do tempo.
      A representação simbólica se dá por comparação à vida.
      As duas partes da concha inteira, que se complementam, sendo inteiramente opostas uma à outra, tendo apenas um único ponto que as une, seria o Homem e a Mulher, unidos por um ponto, FORTE, único, poderoso e praticamente indestrutível, o Amor entre os dois.

      A parte interna, a vida que existe na concha, seriam os filhos e protegidos pelas "asas"da concha. Os amados do casal, da Família ali alicerçada. O próprio Amor existente entre o casal.
      A união entre as asas da concha, só se despedaça quando a vida que ali reside, se esvai por completo. E em alguns casos, mesmo depois da vida se extinguir, ainda persiste, dando abrigo a outros seres vivos que usufruem das asas ainda protetoras da concha.

      Além disso, a Concha é exemplo de constante renascimento, pois a cada dia, o tamanho da mesma aumenta, para proteger o seu residente. Não há nenhuma permanência em seu tamanho, pois a cada dia é liberado carbonato de cálcio, que se solidifica e anexa mais uma leve camada (ou anel) em torno da concha, aumentando seu tamanho.

      A pérola, que se forma quando algo fere o ser residente da concha, é criado a partir da defesa do ser que ali vive. Ele envolve o objeto estranho, que o fere, com substancias que o alisam, para tornar menos agressivo, depois de algum tempo, o tornando redondo, uma pérola.

      As pérolas, hoje tão valiosas materialmente, são obtidas pela dor que um ser vivo sentiu por longo período. E ao invés de lutar contra, pelo contrário, usa uma defesa passiva, acolhendo seu agressor a si mesmo, o recobrindo por seu próprio corpo, o protegendo e se protegendo dele. Assim, ao invés de devolver a agressão, torna-se um ser exemplar, pois devolve o contrário daquilo que recebe como ofensa.

      Eis o produto da Concha, um ser vivo, que prefere não atacar, e ser ferido, ao que devolver a agressão ao seu agressor. (Uma não agressão passiva)

      As asas da Concha, o Homem e a Mulher, que embora diferentes, parecidos, simétricos, sendo um o espelho do outro, são diferentes, pois ambos só podem relacionar-se com um e somente um par, sendo este o seu simétrico ou metade idêntica. A escolha não é feita por um dos dois, nem pelos dois juntos. Simplesmente acontece

      Acontece que o Amor não ocorre por escolha de uma das duas partes, mas sim, nasce entre as duas, e cria o vínculo indestrutível, enquanto Ele mesmo existe entre as duas partes.
      A concha nos mostra isso, as asas só nascem para dar abrigo ao ser que existirá entre as duas, E os três, O Ser, A Concha Mulher, e a Concha Homem, se unem simultaneamente.

      Mas se a Mulher e o Homem são duas partes da Concha, o que seria o Ser que ali existe?
      O ser existente entre os dois é a própria essência do Amor, que aparece, e une os dois aparentemente distintos, antes não existentes um para o outro, que agora se formam unidos, por uma força poderosa, que os une numa convergência de suas diferenças, para uma união de suas qualidades.

      Compreenda, o Amor verdadeiro, suporta as maiores penitências para sobreviver.
      Mesmo que as duas partes não sejam concordantes, se uma quer abrir para cima, ou outra para baixo, o Amor que existe entre as duas, as mantém unidas. E, caso ocorra alguma agressão a esse Ser (Amor) esse mesmo Amor, tomará para si a agressão, a recobrindo de si mesmo, de sua própria essência, tornando a agressão em algo posteriormente bom e belo, mesmo que no momento e durante algum tempo tenha sido doloroso. O Amor tudo suporta.
  3. A Concha e a Lótus, a Lótus e a Concha
    • Assim como a Lótus, que nasce da lama, cuja semente sobrevive à condições inférteis até achar momento propício para nascer, a Concha tem sua Conexão com a realidade.

      Veja novamente as duas fotos acima.
      Repare que a Lótus, parece ser formada por várias Conchas sobrepostas.
      Note que no Centro da Lótus, existe a parte onde fica o "Gineceu e o Androceu", que são as partes da planta responsáveis por sua reprodução. Ali seria o Conhecimento, a Compaixão e Amor plenos.
      A Lótus é o Amor mais sublime. Fonte de todo o conhecimento e de toda Compaixão.

      Não quero com isso, comparar meus pobres conhecimentos rudes, com a sabedoria milenar. São apenas interpretações de um leigo. As minhas...

      O que aprendi com as Conchas?
      Primeiro : Andando nas praias, é fácil ver conchas separadas, despedaçadas.
      Assim é na vida, na praia da nossa vida, existem várias conchas, algumas simplesmente separadas, outras, totalmente despedaçadas, a ponto de não se reconhecer de onde veio cada pedaço.

      Ao caminhar na praia, vejo que muitos amores, foram desfeitos, não talvez por falta de amor, mas por falta de união verdadeira entre as duas partes.

      Hoje, muitas pessoas procuram a sua outra parte, ao invés de procurar o ser que existirá protegido em si. O que quero insinuar é que, hoje em dia, nós (todos nós em boa parte das nossas vidas) procuramos o Amor , mas não nos preocupamos em manter esse amor vivo entre as duas partes.

      Como pode uma concha, manter a vida entre suas duas partes, se a única coisa, o único ponto que une as duas, não existe?

      Agora imagine, Você, quantas vezes teve a coragem de NÃO procurar o Amor na outra pessoa e o procurou DENTRO de você primeiro?

      Quando foi a última vez que você conseguiu amar de verdade, sem cobrar, sem criar expectativas impossíveis para a outra pessoa atingir ou realizar?

      Quando foi a última vez que você conseguiu entregar amor sem querer algo em troca?

      Quando foi a última vez que você procurou Amar primeiro, para depois ver onde iria acabar? Sem procurar retribuição ainda por cima?

      Eis a sabedoria da Concha, Ela Une as duas partes que antes não existiam uma para a outra, as Cria no momento exato que é criado o Ser, o Amor que as unirá.

      Não existe o Homem, antes do Amor aparecer, só existe o Animal masculino.
      Não existe a Mulher, antes do Amor aparecer, só existe o Animal feminino.

      O animal masculino, procura saciar sua sede de preenchimento. Na sua tentativa de se preencher, procura se preencher pela sexualidade, usando o sexo, a conquista, para tentar se sentir preenchido de uma falsa sensação de completude. E assim perpetua sua busca, de corpo em corpo, tentando encontrar algo que ainda não sabe o que é.

      O animal feminino, procura saciar sua sede de preenchimento, na constante procura pelo romantismo do Amor, mas sem o ter ou sentir dentro de si na boa parte das vezes. Por vezes procura primeiro a Rosa sem querer passar pelos espinhos. Mas como para se chegar à rosa, encontra-se o primeiro espinho, dói, então a pessoa foge e procura uma nova rosa, e consequentemente, um novo espinho. Assim perpetuando sua procura, buscando algo que ainda não conhece.

      Quando os dois se encontram, um espera algo do outro, que não pode obter, pois cada um se preocupa consigo próprio, ao invés de se preocupar com o que é mais importante.

      O que seria mais importante?
      O mais importante é Não procurar a própria satisfação. Procurar primeiro manter o que os aproxima, caso seja real, caso seja mútuo e verdadeiro.

      1 - Como saber o momento?
      2 - Como saber quando é real?
      3 - Como saber quando é mútuo?

      Como saber o momento?
      O momento, só é necessário viver que este se aproxima por si só. Se preocupar com o futuro é perder o presente.

      O que é real?
      O que é real, são os fatos, evitando viver na mente, internamente, vivendo o presente tal como é, e não como é imaginado, destituindo o ser de todos os Mayas*.
      * ¹ Maya (do sânscrito): Ilusão.
      ² Maya significa alguma coisa como ilusão ou fantasia, ou, filosoficamente falando, o “como se fosse”.
      ³ Maya é uma espécie de sonho, uma espécie de transe mental.
      A realidade se vê quando paramos de idealizar as pessoas, quando deixamos a nossa mente sem a distorção apegada da "paixão cega". Que nos deixa cegos para o ser humano real que está diante de nós, tornando-o apenas uma manifestação daquilo que desejamos que ele seja ou fosse, e não a pessoa real, e quando isso ocorre, não muito tardiamente, nos decepcionamos com a pessoa que consideramos amar, vendo então que já que decepcionamos, já não conseguimos a aceitar tal como é, demonstrando a real falta da presença do Amor real dentro de nós.

      A nossa vontade de ter manifestado em nossas vidas o Amor, nos faz nomear de amor, qualquer sentimento derivado de simbolismos pessoais, os quais associamos a características físicas ou intelectuais, e que quando particular pessoa contabiliza maior numero de características, nós a consideramos digna de nosso sentimento, nomeando isso de amor.

      Porém, quando escolhemos de forma lógica a pessoa a quem amar, provavelmente (não geralmente ou certamente) , essa pessoa nos decepcionará cedo ou tarde, não somente uma vez, causando a morte simbólica desse falso amor.

      O amor por escolha existe, mas já deve existir por si só para que persista.
      Não escolhemos a quem amar, simplesmente amamos. Quando não conseguimos citar motivos, razões para amar pessoa X, estamos próximos do amor real e verdadeiro.
      O amor não se explica, então, se conseguimos dar nome aos bois no tocante a motivos de amar certa pessoa, provavelmente não a amamos, mas sim, sentimos muito apreço por ela.


      Como saber quando é mútuo?
      Essa questão é mais complexa de se responder, pois não depende somente de uma das pessoas, porém, existe como saber.
      A convivência, somente esta, pode revelar a luz da verdade sobre essa pergunta.
      Um amor pode nascer em um momento, crescer em pequenos minutos, e permanecer firme durante anos. Mas necessita de convivência para se revelar.
      Caso não haja a convivência, não se pode revelar as intenções, se são carnais somente ou não carnais. Sendo amor verdadeiro, haverá paciência. O tempo será amigo e não inimigo dos dois.
      Quando a urgência se torna imperativa, há algo de errado, pois o amor não tem urgência.
      Ele se regozija na mansidão e na calma.

      O amor é o rio perene que corre em direção ao mar. Com suas águas límpidas, ora turvas, ora corredeiras, mas sempre em direção ao mar, com paciência, pois sabe onde irá.
      Enquanto corre, distribui a vida a todas as outras criaturas que dele puderem se beneficiar.
      O amor pratica o bem, antes de procurar o próprio bem.

      O fogo da paixão, precisa de alimento urgente, pois devora cada molécula de combustível para existir, e quando já não tem de onde tirar esse alimento, se mostra como é, onde havia a bela chama, a ardente e calorosa paixão, só se encontra um mar de cinzas, sujas e frias, e um deserto onde não brotará vida por bom tempo.
      A paixão procura primeiro se saciar, para depois ver os resultados.



      O Amor transforma o animal masculino e o animal feminino em seres diferentes.
      Quando nasce o amor entre dois seres humanos, os dois mudam para sempre.
      Nunca mais é o mesmo quem prova deste cálice.
      O Amor nascendo entre dois seres humanos, os aproxima, de forma inexplicável, certeira e tranquila. É como um elo de uma corrente que se forma juntamente com os outros, simultaneamente. Não se pode haver a real união entre dois seres humanos, sem o Amor como liga.

      Se essa ligação não for o Amor, essa liga quebrará, deixando os pedaços das conchas na praia.

      Quando o Amor brotar, tudo começará a fazer sentido.

      Cada parte da concha deve estar de tamanho parecido para se formar , caso contrário, haverá uma quebra na união entre as partes, alguma será mais fraca, mais frágil, menor. E assim uma terá mesmo que sem intenção, que sobrepuxar a outra. Tornando assim a relação entre as duas algo parasitivo.
      Uma terá a carga de proteger o amor existente entre as duas, enquanto a outra apenas se nutrirá com isso, e em alguns casos, poderá até ser enperolada pelo amor, pois só assim um ser que causa a dor poderia ser suportado pela Concha. Isso explica as relações em que predomina a desigualdade entre as partes. Que causa logo que uma é exaurida, o rompimento da relação.

      Quando o Amor brota, e as duas partes são de tamanho similar, quer dizer, experiências que as tornaram maduras suficientes para serem equivalentes e equilibradas entre si, aí começa a existir a liga duradoura. Não significa que nasça entre intelectuais. Simplesmente nasce quando as duas pessoas envolvidas, têm uma compreensão da vida, do outro, e de si mesmas, de certa formas parecidas, suficientemente para que possam ser compreensivas com as diferenças, podendo conviver em paz, harmonia e acolhimento mútuo.

      Assim nasce a Concha que mantém dentro de si, o Dom Supremo, o Amor Pleno.


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      Em meados de 1994, comecei a coletar conchas nas praias de Ponta da Fruta, em Vila Velha - ES.

      Durante meses, ia semanalmente à praia, pensar e refletir, era meu local mais sagrado, pois lá estavam as essências de toda a linhagem masculina da minha família. Em certa época, todos os homens da família se reuniram em um determinado ponto, e deste dia em diante, essa foi a última vez em que houve essa reunião. Três gerações, três ramos distintos da árvore familiar.

      Esta praia também teve sua simbologia, pois ali que encontrei a parte do "ermo" que precisava para poder ouvir as mensagens que a própria natureza me dizia.
      Tudo está conectado, cada grão de areia, cada onda, tudo tem uma razão, tudo tem uma frequência. Tudo entra em ressonância, e quando você consegue entrar nessa vibração, com o restante da criação, você percebe a sua importância na imensidão da existência.
      Ali descobri como ouvir as areias que percorrem a praia com o vento, as mensagens que elas tentam nos passar.
      Ali descobri as promessas de amor das conchas, o seu significado em relação à vida humana, sua mensagem de Amor e Plenitude.

      Uma das mensagens, é a sensação da Plenitude, que se torna vívida ao se encontrar uma concha específica, a concha rosada, a mais difícil de se encontrar ainda ligada a sua metade irmã. Devido a sua fragilidade em relação às outras conchas, ela é rara de se encontrar inteira, mesmo separada.

      Até hoje, encontrei apenas duas.
      A primeira, era mais forte, grande, mais dura, estava aberta como uma borboleta, porém a cor estava muito desbotada. Significa o não vivido. Ou o que não seria vivido.
      O desbotado, significava a falta de vida em si, a vida é em suma, colorida, plena de nuances, com ou sem razão de ser a cada momento e cheia de alegria. A ausência da cor viva na concha, significava o amor não vivente.
      Note-se que amor para ser vivido, precisa da entrega, quando não pode ser entregue, não pode então, ser vivido.

      A segunda, encontrei depois de quase 14 anos após.
      Essa, é mínima, minúscula a ponto de se perder de vista com facilidade, delicada que um toque com maior pressão pode quebrá-la. E, embora toda delicada, é a mais plena de vida que encontrei. Com uma cor inigualável, principalmente pelo elo ainda existente entre as duas partes, que apesar do tamanho minimo, e da força da rebentação, nao foi rompido.

      Simbolismo atual:
      Fui presenteado com aquilo que mais procurei nesses ultimos 14 anos.
      Me sinto preenchido, me sinto pleno. Me sinto acompanhado, de mim mesmo.
      Quando eu esqueci de mim mesmo, quando procurei fazer o que podia, com os recursos que podia, sem pensar em nada mais a não ser em alegrar como eu pudesse o dia da pessoa a quem queria presentear... as conchas voltaram a aparecer, e no lugar mais inusitado, na única praia que NUNCA antes havia mostrado nenhuma dessas conchas.

      E assim, o ciclo da lenda pessoal termina.
      Descobri que existe esperança possível nesse mundo.
      Descobri que os últimos Mayas que eu tinha, estão sendo apagados.
      Finalmente, encontrei as respostas, e descobri quem sou.
      E minha razão de existir. Descobri que a fonte de tudo, é a Plenitude do ser, completada em suma, pela doação aos outros, de si mesmo, na forma do Amor/Compaixão.

      Quando cheguei em casa, me dei conta de tudo o que havia acontecido. E tornei a agradecer a presença desta pessoa em minha existência. Com os olhos em lágrimas fui caminhando e percebendo a cada passo, o milagre que tinha ocorrido nessa tarde.

      Pois foram 14 anos de busca incessante por essas respostas. E logo que parei de me perguntar e procurei apenas buscar fazer o bem que tanto ansiei para mim, para outra pessoa, as respostas apareceram.

      Não quero que isto seja tentativa de prova de nada.
      Desejo o bem desta pessoa, acima de tudo. Sua presença já me enche de alegria.
      E que sempre que eu puder, eu possa fazer para esta pessoa, o mesmo bem que ela me faz, mesmo sem se dar conta.
      E quero dizer com isso, que o que sinto, não busca a retribuição.
      Quero sempre poder estar perto, da forma mais agradável para esta pessoa.
      Lutar pela felicidade dela, com ela, para ela. Pois esta felicidade centrada também na do outro, perfaz em mim o caminho que me torna mais feliz, que é vendo a essa pessoa que tenho apreço, feliz. Distribuindo assim a todos que por mim passarem, felicidade e compaixão.

      A raposa branca escolheu a quem pertencer.
      E é a pessoa a quem agora pertence também esta concha.
      Pois esta pessoa é como uma flor de Lótus na alma e coração da raposa.

Diga SIM


Uma firme convicção de que uma coisa é real faz com que seja?
Ele respondeu:
-Todos os poetas acreditam que sim.
E em tempos de imaginação, essa firme convicção removeu montanhas;
Mas muitos não são capazes de uma firme convicção sobre qualquer coisa.

William Blake


Um dos meios mais eficazes para transcender o comum e entrar no reino do extraordinário é dizendo SIM com mais frequência e eliminando o Não quase que completamente.
Eu chamo isso de dizer SIM para a vida.
Diga SIM para si mesmo, para sua família, seus filhos, seus colegas e sua empresa.
A pessoa comum diz:
Não, não acho que consiga fazer isso.
Não, isso não vai funcionar.
Não, Já experimentei e nunca funcionou antes.
Não, essa intenção é impossível para mim.
Com a ideia do Não, você atrai mais do Não e sua influência sobre os outros, que poderia ajudar e em quem poderia se fiar para ajuda-lo, é também do Não.
Mais uma vez, insisto para que adopte a atitude do poeta Hafiz:
Eu raramente deixo a palavra Não escapar de minha boca.
Pois esta tão evidente para minha alma que Deus gritou SIM! SIM! SIM!
Para cada movimento luminoso na existência.
Grite SIM para todos com tanta frequência que puder.>Sim
Fazer do SIM o seu mantra interior permite que você extenda o Sim para além de si mesmo e atraia mais Sim em seu próprio intento pessoal.
Sim é o alento da criação.> Sim
Imagine uma gota de chuva juntando-se ao rio no momento em que se torna o rio.
Imagine o rio juntando-se ao oceano no momento em que se torna o oceano.
Você pode quase ouvir o som do SIM sendo murmurado naqueles momentos.
Quando você se junta à força universal da criação,
estendendo o SIM aonde quer que seja viável, transforma-se naquela mesma força da criação.
Esse será seu efeito sobre os outros.
Basta de Não comuns em sua vida.
Avance para o extraordinário. >Sim
Dê-se conta de sua identificação com o convencional ou o comum e comece a ressoar nas frequências energéticas cada vez mais altas (o sim), que constituam um movimento ascendente para as dimensões extraordinárias da intenção pura.
Wayne Dyer

A gratidão é um factor muito importante para a qualidade de vida de uma pessoa.
Quanto a mim, sei que quando estou em estado de gratidão meu canal fica amplamente aberto a qualquer experiência boa que esteja abrindo caminho em minha direcção.
Um coração fechado representa uma linha de comunicação fechada com a fonte de toda a a felicidade, alegria e bem-aventurança.
> Um coração fechado acostuma-se a dizer Não em suas afirmações. ASSIM bloqueio o fluxo.
Acabei adoptando como prática o comportamento de agir como se, isto é, eu actuo como se já estivesse me sentindo grata, mesmo quando estou achando difícil unir o sentimento que só vem naturalmente quando uma pessoa esta agradecida e grata.
E pouco tempo depois de tomar essa atitude eu me sinto grata.
> Quando você tem um pensamento, você planta uma semente: a gratidão, e quando você age como se, ela se desenvolve, então você a colhe. Assim colhemos o que plantamos.
Descobri que cantar uma música para cada coisa que sou grata, enquanto estou dirigindo o meu carro, é um ritual interessante.
Começo minha canção com um simples agradecimento por tudo que há e por qualquer coisa que pareça estar deixando livre um infinito estoque de coisas pelas quais sou grata.
Este hábito que adquiri é especialmente animador quando não estou num estado de espírito particularmente agradecido.
> Veja como é uma pessoa determinada. Quando ela se desalinha, se realinha de novo. Porque ela quer se sentir bem, ela gosta de ser assim, de vibrar assim.
A melodia ou cantiga se torna bastante criativa, e logo descubro que estou sorrindo para mim mesma, o que, aliás, é uma grande forma de alimentar e divertir seu melhor amigo, isto é: VOCE MESMO.
Uma outra coisa que adoro fazer é dizer obrigada!
E eu acrescentaria a este modo de agir a palavra SIM!
Como diz Louise Hay, em sua maravilhosa afirmação:
“ Digo SIM à vida e a vida diz SIM para mim!"
Com este tipo de química flutuando ao redor, em sua cabeça, seu corpo, emanando de você e tocando todos e tudo, esta afirmação tem a tendência de voltar para você, de forma multiplicada!!
Às vezes, esquecemos que somos criaturas de Deus e que o objectivo do CRIADOR era que desfrutássemos desta coisa chamada Vida!
As lições que recebemos na vida podem ser preenchidas com alegria ao invés de tanta dor, e quando nosso comportamento se origina de uma parte amorosa, grata e apreciativa do coração, os Mestres, os Anjos, e os Guias nos ajudam ainda mais.
>> Sim, temos todas as partes, as boas, as ruins, o sim e o não, mas precisamos cultiva-las.
E não estamos sozinhos, frequências amorosas se aproximam quando sentem uma emissão de gratidão......
Acho que quanto mais disposta estou a ser agradecida às pequenas coisas que recebo em minha vida, as coisas grandes parecem surgir de fontes inesperadas e fico, constantemente, aguardando, cada dia, todas as surpresas que estão vindo em minha direcção.
Carolyn Bratton

O primeiro passo que você precisa dar, para conseguir o amor que você quer,
é valorizar o amor que você sente.
O universo sempre lhe dá mais daquilo em que você está se concentrando.
Jesus ensinou :
"Para aquele que tem, mais lhe será dado; para aquele que não tem, mais lhe será tirado."
Com essa afirmação, Jesus estava explicando um princípio metafísico supramente importante, que é a própria chave para a manifestação da abundância.
Jesus estava ensinando a importância de se concentrar no que temos ou queremos, em vez de no que nos falta ou não temos.
Alan Cohen

Eu te agradeço, DEUS, por este mais surpreendente dos dias: pelos saltitantes e verdejantes espíritos das árvores e um verdadeiro sonho azul de céu; e por tudo que é natural, que é infinito, que é SIM.
E.E.Cummings

Agradeço a Wayne Dyer, Carolyn, Alan, e Cummings por compartilhar seus estados de gratidão e por mostrar que temos opções.....
O SIM é um dos mantras mais poderosos do universo.
Ele abre portas onde havia muros.
Ele abre sorrisos onde havia tristeza.
Ele chama a abundância onde havia carência.
Damos o que escolhemos, e recebemos de volta aquilo que damos.
OS semelhantes se atraem, portanto, escolhemos o que recebemos da vida.
O universo sempre lhe dá mais daquilo em que você está se concentrando.
Há dois modos de viver: focar no que não temos, e entrar no clima do Não ou focar no que temos e entrar no clima do SIM
Faça boas escolhas.
Você terá uma forte convicção, para sustentar o Sim quando o mundo , a situação , UM MOMENTO DESAGRADÁVEL disser não?
É na pratica que testamos e validamos (ou não) nossas crenças.
Seja grato por esse dia maravilhoso, por esse magnifico céu azul, pelo bem-te-vi cantando no alto da árvore.
Há muita Vida acontecendo aqui-agora.
Entre no espírito do SIM, O CORAÇÃO SE ABRE e o rio da vida começa a entrar e você começa a desfrutar.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Marina Lima - Nada Por Mim

Nada Por Mim
Kid Abelha
Composição: Herbert Vianna / Paula Toller

Você me tem fácil demais
Mas não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vai, eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só pra te agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar e aonde ir
Mas não me pede pra voltar

Samsara e Sankara (Shânkara)

Samsara
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Samsara (sânscrito-devanagari: संसार: , perambulação) pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.

Na maioria das tradições filosóficas da Índia, incluindo o Hinduísmo, o Budismo e o Jainismo, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma como o interpretam. A maioria das tradições vê o Samsara de forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, em algumas linhas do Budismo, assim como na escola Advaita de Vedanta hindu, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman, e sua alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.

Já algumas adaptações dessas tradições identificam o Samsara (ou sa sâra, lit. "seu caminho") como uma simples metáfora.


Samsara no Budismo Tibetano
É a perpétua repetição do nascimento e morte, desde o passado até o presente e o futuro, através dos seis ilusórios reinos: Inferno dos Demônios Famintos, dos Animais, Asura ou Demônios Belicosos, Ser humano, e da Bem-Aventurança. A menos que se adquira a perfeita sabedoria ou seja iluminado, não se poderá escapar desta roda da transmigração, ou Roda da Samsara. Aqueles que estão livres desta roda de transmigração são considerados lamas, iluminados (ou budas, em sânscrito).


Samsara no Vedantismo
No Vedanta, o samsara tem o mesmo significado em diversas escolas, designando o ciclo da transmigração do atma em mundos materiais. Shankara, considerado o fundador das escolas modernas de vedanta, definia o samsara como sendo o caminho atemporal realizado pelo atma em avidya ou ignorância. Uma vez que vidya é alcançada através de jñana o conceito dual e egocêntrico de aham e mamata se esvai, o ciclo se extingue e o atma se funde no Brahman alcançando moksha.

Shankara argumentava que o karma-vamsana, ou o desejo de realizar atividades materiais do ego iludido é simplesmente devido à sua ignorância em ver-se diferente e com a identidade distinta do Brahman, com a destruição do sentimento de aham, o atma vê que ele também é o Brahman (aham brahmansmi; lit. “eu sou brahman”) e o samsara deixa de ter fundamento.

No vedanta e na maioria das diversas tradições hindus que se fundamentam no Vedanta, o ciclo de transmigração da alma, ou samsara, não é feito exclusivamente do passado para o presente, numa temporalidade linear como a concebida pela cosmologia Ocidental. O ciclo pode se deslocar para qualquer posição no espiral do tempo e, de acordo com as diferentes inferências feitas pelos sábios, em quaisquer Brahmandas, ou universos da criação material, e em quaisquer tipos de corpos, entre as 8,4 milhões de espécies transmigráveis, podendo haver evolução ontogênica ou filogência, nos dois sentidos: elevação e degradação; de semi-deus a larva, de planta a ser humano, e vice-versa. De fato, as possibilidades de transmigração são infinitas.

Alguns smritis tais como o Garuda Purana, o Padma Purana, o Vixnu-smriti, o Manu-samhita, o Vixnu-dharma-shastra e inúmeros outros textos clássicos do hinduísmo, podem ser considerados cânones da transmigração da alma, explicando em que situações a alma transmigra de onde para onde e por que.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Samsara"




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Shânkara

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Shankara)
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Shânkara (c. 788 – 820) foi um metafísico e monge errante indiano. Foi o principal formulador doutrinal do Advaita Vedânta, ou Vedânta não-dualista. Segundo a tradição, foi uma das almas mais excelsas que já encarnaram neste planeta, chegando a ser considerado uma encarnação de Shiva. Sua vida encontra-se envolta em mistérios, prodígios e lendas que a tornam semelhante à de outros insignes mestres espirituais da humanidade, como Jesus e Maomé. Outras grafias do seu nome são: Sankaracharya, Sancaracarya, Shankaracharya, Sankara, Adi Sankara, Adi Shankaracharya ou Adi Shankara, também chamado de Bhagavatpada Acharya (que significa "o Mestre aos pés do Senhor").

Escreveu profundos comentários sobre os Upanishades, o Bhagavad-Gita e outros livros da sabedoria hindu. Seus escritos fundamentaram as exposições doutrinais dos autores da Filosofia Perene na época contemporânea, como o francês René Guénon e o suíço-alemão Frithjof Schuon.

Índice
1 Sua vida
1.1 Nascimento e primeiros anos
1.2 Sua carreira
2 Sua Filosofia
2.1 Sumário
2.2 1. Introdução: sobre a importância das filosofias não-ocidentais.
2.3 2. O Advaita e seu fundador
2.4 3. A literatura védica
2.5 4. A ontologia e epistemologia do Advaita Vedanta.
2.5.1 4.1. A Natureza do Brahman
2.5.2 4.2. A epistemologia do Advaita
3 Influência
4 Obras
5 Ver também
6 Bibliografia
7 Ligações externas



Sua vida

Nascimento e primeiros anos
Não se sabe ao certo onde e quando nasceu. Alguns o fazem aparecer no século II a.C., já outros fazem a data avançar até mesmo ao século X d.C. Contudo, existe a tendência de situar seu nascimento em torno do século VIII da era Cristã. Igualmente o local de seu nascimento é objeto de disputas, sendo indicadas as povoações de Shringeri, Sasala-grama, Cidambara-pura, Kalati e por fim Kalpi.

Sivaguru e Aryamba, seus futuros pais, há muito desejavam um filho. Então, conforme a lenda, Shiva lhes apareceu em sonho, perguntando se desejavam um único filho, que seria o filósofo mais brilhante de sua geração mas morreria jovem, ou muitos rebentos, todos porém medíocres. Optando pela primeira alternativa, nasceu então Sankaracharya. A tradição oral relata a ocorrência de diversos prodígios na ocasião de seu nascimento, como o congraçamento de feras anteriormente hostis entre si, a emanação sobrenatural de fragrâncias por árvores e outras plantas, a audição de cantos celestiais e outros fenômenos que espelhariam a alegria da natureza e dos deuses com seu nascimento.

Narra-se que com apenas um ano de vida teria aprendido o alfabeto sânscrito, aos dois já saberia ler e aos três teria estudado os Kavyas e os Puranas. Com sete anos suas luzes já eram tantas que deixou o professor e voltou para casa. Ainda na infância começou a operar milagres, curando a mãe e provocando a cheia de um rio.

Na mesma época o sábio Agastya profetizou à mãe de Sankaracharya que seu filho não ultrapassaria os 32 anos de vida. Percebendo a fragilidade do mundo material, Sankaracharya decidiu assumir a vida de asceta errante. Encontrando a objeção materna, venceu a oposição com outro milagre. Tendo ido banhar-se em um rio, seu pé foi abocanhado por um crocodilo. Acorrendo a mãe ao local, foi-lhe dito que a fera não o soltaria se ela não concordasse com o propósito do jovem, e então ela cedeu.


Sua carreira
Após deixar a mãe aos cuidados de parentes, e já não tendo pai, partiu Sankaracharya em perambulação por florestas e cidades, até chegar à caverna onde Govinda Yati estabelecera seu refúgio. Solicitando admissão como discípulo, foi aceito, e aprendeu sobre Brahman através de quatro motes:

O conhecimento é Brahman;
Esta alma é Brahman;
Tu és Aquele; e
Eu
sou Brahman.

Logo após ser aceito, estando seu mestre em profunda meditação, absorto do mundo, Sankaracharya produziu outro milagre, acalmando uma furiosa tempestade que se desencadeara sobre o local. Despertando Govinda de sua meditação, e percebendo o que o jovem discípulo fizera, felicitou-o, abençoou-o e recomendou que fosse à cidade santa de Benares pare receber as bênçãos da Divindade, despedindo-o com a exortação: "Por teu feito glorioso, vai então, e começa a salvar a humanidade".

Chegando a Benares, passou ele também a aceitar discípulos, apesar de ainda não ter passado dos doze anos de idade. O primeiro foi Sananda (Padma-pada), que seria seu favorito. Provavelmente houve muitos outros, mas só nos chegaram os nomes de mais três: Suresvara, Totaka (ou Trotaka), e Hastamalaka. Sankaracharya transferiu-se então para Badari, à margem do Ganges, onde compôs sua obra-prima, um comentário sobre os Brahma-sutras. Outras obras se seguiram, como os comentários sobre os Upanishads e outras obras clássicas indianas.

Depois destes feitos, Sankaracharya passou a ser largamente conhecido, atraindo a admiração de muitos seguidores, e também a inveja e fúria assassina de inimigos. Nas muitas disputas filosóficas em que entrava, saía sempre vitorioso, incluindo na que travou com o sábio Vyasa, que lhe apareceu disfarçado como um idoso brâmane. Após oito dias de debate, atestando o profundo conhecimento do jovem, Vyasa concedeu-lhe dezesseis anos adicionais à sua perspectiva de vida, a fim de que ele completasse seu trabalho de reformar o Hinduísmo.

Daí em diante Sankaracharya passou de cidade em cidade, e de vitória em vitória em todas as querelas filosóficas, e operando ainda diversos outros milagres, como o de entrar na casa de Mandana Mishra (ou Vishvarupa) pelos ares. Mandara Mishra era um grande filósofo, com o qual disputou, vencendo-o e chamando-o de discípulo. A esposa dele, Bharati, considerada uma encarnação de Sarasvati, também foi instada a debater, sendo vencida em todos os pontos salvo um, a respeito da natureza do Amor, tema com o qual o jovem Sankaracharya não tinha familiaridade alguma, tendo sido um asceta celibatário por toda a vida. Entretanto, pediu à deusa um adiamento de um mês, a fim de que pudesse encontrar a resposta requerida, e partiu.

A oeste da cidade deparou-se com uma multidão que estava a prantear um rei, Arnaruka, recentemente falecido. Decidido a aproveitar a oportunidade, confiou seu próprio corpo ao cuidado dos seus discípulos, e em segredo fez sua alma entrar no corpo do rei morto, que despertou novamente para a vida, sem entretanto revelar sua verdadeira identidade. A multidão, em júbilo, levou-o de volta ao palácio real, onde o asceta disfarçado de rei entregou-se aos braços da esposa do defunto, com o objetivo de aprender tudo sobre a Ciência do Amor, o que fez com tal brilhantismo que pôde escrever um tratado sobre o tema. Porém, percebendo todos que seu "rei" voltara à vida muito mais sábio do que quando dela partira há tão pouco tempo, começaram a suspeitar de um possível intercâmbio de almas, e ordenou-se, sem seu conhecimento, que todos os cadáveres do reino fossem imediatamente cremados.

Enquanto isso, seus discípulos, tendo transcorrido um tempo maior do que o previsto para seu retorno, iniciaram sua busca, e acabaram por chegar à cidade real, onde ouviram a história da ressurreição do velho rei e, com cantos e lamentos, tocaram a consciência interna de Sankaracharya, fazendo-o abandonar o corpo emprestado. Retomando o seu, que neste momento já estava sendo entregue às chamas, conforme a ordem dos ministros (ou da própria viúva, segundo outras versões) do rei, voltou então à casa de Mandana, respondeu à pergunta de Sarasvati e converteu Mandana ao Vedantismo.

Voltando a perambular, soube que sua mãe estava à beira da morte e acorreu ao seu encontro, tranqüilizando-a na hora do desenlace. Sendo impedido por seus parentes de oficiar os ritos de cremação, por ser um asceta, não obstante ele emitiu um fogo de sua mão que incinerou o corpo da mãe.

Depois disso o sábio continuou em suas peregrinações, visitando diversos reinos, estabelecendo templos, reformando antigos cultos e debatendo incansavelmente com todos os grandes luminares que encontrou, corrigindo os erros que maculavam a pureza da doutrina Hindu. Ouvindo falar de um templo em Cachemira que só podia ser aberto por um ser onisciente, para lá se dirigiu a fim de abrir sua porta sul, a única que ainda permanecia fechada. Sendo examinado pelos doutores, foi considerado apto e, estando prestes a assumir sua cátedra, foi novamente interpelado por Sarasvati. A deusa objetou dizendo que só um indivíduo imaculado poderia ocupar aquela cadeira, aludindo à experiência carnal que ele tivera no corpo do rei falecido. Em resposta, Sankaracharya argumentou que ele não poderia ser responsável pelos pecados de um outro corpo, com o que Sarasvati deu-se por satisfeita, permitindo-lhe a apoteose.

Após outras peregrinações, acabou seus dias conforme havia sido profetizado, com 32 anos, subido aos céus, como diz a lenda, cercado de deuses e sábios que cantavam a palavra "Vitória".


Sua Filosofia

Sumário
Os escritos de Sankaracharya têm uma grande lucidez e profundidade, penetrante insight e grande habilidade analítica. Apesar disso, sua abordagem dos temas é mais religiosa e psicológica do que puramente lógica, o que o torna, na apreciação contemporânea, mais um grande reformador religioso do que um filósofo. Sua obra trai um grande conhecimento do saber Bramânico ortodoxo da época, bem como do Budismo Mahayana. Muitas vezes tem sido criticado como um Budista disfarçado, pela similitude de sua doutrina com aquela do Buda. Mesmo assim, combateu muitos pontos da doutrina Budista ou adaptou-os à sua interpretação advaíta do Vedanta.

Na época de Sankaracharya o Hinduísmo havia degenerado sob a influência do Budismo e do Jainismo. Sankaracharya enfatizou a importância dos Vedas, reabilitando o Hinduísmo. Sua teologia sustenta que a ignorância espiritual (avidya) é causada pela visão de um eu onde não existe eu algum.

Sankaracharya propôs que embora o universo dos fenômenos seja de fato experimentado, não obstante ele não é a verdadeira realidade. Não renega o universo, mas diz que a verdade derradeira é Brahman, que está além do tempo, do espaço e da cadeia de causação. Apesar de ser a causa eficiente do universo, Brahman não se encontra limitado por esta sua autoprojeção, transcendendo toda dualidade ou pares de opostos (donde o termo advaíta, ou não-dual). O indivíduo deve entender sua verdadeira natureza e ser, que não é a mudança e a mortalidade, mas sim a beatitude eterna. Para compreendermos o verdadeiro móvel de nossos atos e pensamentos devemos despertar para a unidade do ser. Já que a mente limitada do indivíduo não pode abarcar o Eu universal ilimitado, a mente individual deve ser transcendida para conseguirmos a união com a consciência universal.

Sankaracharya denunciou o sistema de castas e os rituais como tolices, e ensinou que a verdade deve ser atingida pela meditação sobre o amor divino. Sua maior lição é que a razão e a filosofia abstrata não são suficientes para aquisição da liberdade (moksha), sendo imprescindível o altruísmo (a negação do eu pessoal) e o amor orientado pela discriminação (viveka). A acusação de influência Budista é negada com a refutação da negação do ser (shunyata) dos Budistas, acreditando que o Brahman não-manifesto se manifesta efetivamente como Ishvara, o ser excelso e perfeito que é adorado sob vários nomes.


1. Introdução: sobre a importância das filosofias não-ocidentais.
A grande maioria dos manuais de história da filosofia não mencionam nenhum tipo de reflexão filosófica fora do eixo geográfico formado pela Europa e pela América. E não é o caso de uma história da filosofia pautada, por exemplo, pelo hegelianismo e sua crença na impossibilidade de uma "genuína e própria" filosofia no Oriente (HEGEL, 2000: 442). Mesmo manuais que não professam abertamente alguma doutrina filosófica, ignoram a existência de uma filosofia em outros continentes. As esparsas referências aos filósofos árabes, judeus e, mais raramente, bizantinos, surgem como adendos à linha mestra da história da filosofia nascida na Europa.

Considerar a reflexão filosófica como algo específico da cultura européia – e de sua extensão americana – já é uma opção que necessita ser justificada. Para melhor situar o problema, podemos utilizar exemplos similares em outras áreas do conhecimento. Quando se trata da criação de uma instituição política, como a democracia grega, estamos falando de um fenômeno que surge a partir de uma série de contingências históricas e sociais bem delimitadas. Mais que isso: não temos registro de nenhuma sociedade que, estando fora da influência helênica, tenha criado uma prática política semelhante a que surgiu na Atenas dos séculos VI e V a.C. Logo, no contexto de uma história das instituições democráticas, faria sentido uma narrativa limitada ao eixo Europa – América. Contudo, muitos dos problemas, teses, argumentos e conclusões da filosofia européia surgem em outras civilizações que não foram atingidas pela "genuína" reflexão filosófica de matriz grega. Outro exemplo pode deixar mais nítido o caráter injustificado da crença na inexistência de uma filosofia criada no vale do Indo ou na China do século IV a.C.. No campo de estudo das religiões não existe, obviamente, nenhum tipo de chauvinismo como o que se percebe na historiografia da filosofia. Alguém que tentasse provar que a única religião "genuína" é o catolicismo seria visto como um fanático que só compreende o mundo exclusivamente a partir de sua confissão. Entrtetanto, o mesmo não se aplica aos filósofos ocidentaia: defender o pensamento filosófico como um fenômeno especificamente europeu é visto com certa naturalidade e não como uma tese extremamente problemática.

Deste modo, quais razões justificam o primado e exclusividade européia quando se trata de um tipo de pensamento que nasce em diferentes épocas e regiões do mundo? Desde um natural e inevitável etnocentrismo, até a postura de certas tradições filosóficas, como o positivismo lógico, que se ligam necessariamente a um dos produtos mais típicos do Ocidente – a ciência moderna –, as respostas são inúmeras. Pode-se aventar também a existência de uma difusa e preconceituosa concepção da cultura oriental herdeira de ambas as razões citadas acima. O pensamento indiano e chinês não seria autêntico devido a extrema religiosidade das referidas sociedades. Em outras palavras: não haveria um discurso filosófico autônomo e livre em sociedades tão tradicionais, fechadas e religiosas. Seria, no máximo, uma teosofia que, em última instancia, estaria presas pelas amarras do dogma religioso. Duas citações, oriundas de tradições filosóficas européias e americanas distintas, comprovam como tal concepção é generalizada. Após caracterizar as filosofias chinesas e indianas como "pensamento filosófico antes da Filosofia propriamente dita" (note-se o "F" maiúsculo em filosofia) Jacques Maritan escreve que "somente na Grécia a filosofia adquire existência autônoma, distinguindo-se explicitamente da religião" (1966, p.33). Já a professora de filosofia Maura Iglésias, em um texto chamado "O que é Filosofia e para que Serve" alerta que

"é preciso estar ciente de que a disciplina acadêmica que se intitula ‘filosofia’ usa essa palavra em um sentido estrito, que exclui de seu âmbito não só a concepção de vida da vovó [sic] e as disciplinas ascéticas dos monges tibetanos, mas também – e essa afirmação talvez seja um tanto polêmica – textos às vezes altamente especulativos das milenares civilizações chinesas e hindu. Mas não há nenhum julgamento depreciativo por parte de quem nega ao pensamento hindu ou chinês o nome de filosofia. Quer-se simplesmente dizer que eles são diferentes, têm outros pressupostos, metas outras que a filosofia propriamente dita" (Rezende, 2005, p. 12).
O primeiro texto, de um notório neotomista, é direto em sua avaliação depreciativa da sabedoria oriental, não existindo nele os cuidados politicamente corretos do segundo texto. Mesmo com a distância temporal e intelectual entre os dois, a conclusão é a mesma: hindus e chineses não conseguiram gerar um discurso que possa ser considerado "filosofia propriamente dita" – expressão que se repete literalmente em ambos trechos citados.

Tentar compreender a permanência do discurso de negação da existência de outras filosofias para além da bacia do Mediterrâneo e do litoral do Atlântico é uma tarefa que demonstraria muito das limitações veladas que residem na filosofia ocidental. Entretanto, o texto que se segue não pretende se aprofundar neste assunto. Mais do que criticar manuais escolares de história da filosofia, tem-se como objetivo a formulação de uma breve e despretensiosa aproximação à um dos filósofos hindus mais conhecidos no ocidente: Shankara. Pode-se citar um sem número de limitações inerentes a um trabalho como este, por exemplo, a impossibilidade de se ler os texto primários na língua original – o sânscrito –, o que, por sua vez, não autoriza uma abordagem ausente de rigor e clareza frente ao tema proposto.

O cerne do texto será uma apresentação de dois importantes temas da filosofia de Shankara: a ontologia, que é centrada nas relações entre Brahman e o cosmos, e a epistemologia, especialmente quanto aos problemas da sobreposição.

Não se encontrará no texto uma explícita justificação da legitimidade em se acreditar na existência de um pensamento hindu ou chinês. Espera-se que a própria apresentação do pensamento de Shankara faça tal papel.


2. O Advaita e seu fundador
O Advaita Vedanta é uma doutrina filosófica hindu centrada na noção de não-dualidade (a, “não”, dvaita, “dual”) entre o mundo e o absoluto, e na consciência de que a única coisa que realmente existe é Brahman. Além de negar a realidade autônoma do mundo fenomênico, o Advaita defende que não existe uma real oposição entre o Eu e Brahman, sendo eles uma único ser. Sua origem estaria nos ensinamentos de Gaudapada, mas, de fato, é com Shankara que o Advaita é fundamentado e consolidado. Muitos ocidentais, assim como inúmeros indianos, consideram Adi Shankara como o maior dos filósofos hindus. É comparado por muitos autores a Platão, Santo Tomás, Espinosa e Hegel (GATHIER, 1996:61) em função da profundidade e estilo de sua metafísica.

Suas obras podem ser classificadas em três tipos: comentários aos Upanishades, aos Brahma Sutras e ao Bhagavad Gita; tratados filosóficos e hinos religiosos. Os comentários tencionam buscar na literatura hindu anterior os fundamentos das teses do Advaita e, paralelamente, interpretar tais escritos na perspectiva do próprio Shankara. Já os tratados possuem um caráter metodológico e didático, visando aos estudantes da doutrina e apresentando as dificuldades no entendimento do Advaita e as maneiras de superá-las. Por fim, os hinos religiosos limitam-se a devoção e glorificação da divindade.

Antes de se apresentar a doutrina de Shankara mais detalhadamente, faz-se necessário contextualizar o Advaita Vedanta na ampla, complexa e, em parte, desconhecida história do hinduísmo.


3. A literatura védica
Os Vedas são o conjunto de textos sagrados que formam a base religiosa e cultural do hinduísmo. O palavra veda, originada da raiz sânscrita vid, significa "sabedoria" ou "conhecimento". É provável que suas partes mais antigas tenham surgido por volta de 1500 e 1200 a.C., ou seja, séculos antes da fixação dos poemas homéricos (sécs. VIII ou VII a.C.) em uma forma escrita e que fazem dos Vedas, no mínimo, contemporâneos dos trechos mais antigos do Pentateuco.

Posteriormente a sua composição, os Vedas foram organizados em coleções, ou Samhitas: o Rig Veda, que é o mais antigo documento da literatura hindu, e contém textos tratando de sacrifícios, homenagens aos deuses e descrições mitológicas, o Yajur Veda de caráter litúrgico, Sama Veda que é uma coleção de cantos acompanhados de notações musicais para o culto e, por fim, o Atharva Veda cujo o conteúdo é uma coleção de hinos, fórmulas rituais, narrativas populares.

Posteriormente, por volta dos séculos X e IX a.C., inicia-se uma nova fase na história do hinduismo com o surgimento de uma literatura que comenta os Vedas, os chamados Brahmanas. Segundo Émile Gathier, seriam uma "ciência do sacrifício"(GATHIER, 1996:22), pois esclareceriam os ritos e fórmulas litúrgicas. O Brahmana das Cem Trilhas é a primeira grande obra da literatura védica escrita em prosa e contém a especulação mais antiga sobre Brahman e sua natureza como princípio absoluto(RENOU, 1964:60).

Pequenos textos, os Aranyaka, Tratados da floresta, obra de anacoretas (rishis) que viviam em matas, distantes da massa popular, avançam em um tratamento mais especulativo e alegórico das práticas rituais, sendo considerados uma transição entre as compilações ritualísticas dos Brahmanas e o vigor filosófico posterior dos Upanishades. O nome, além da referência óbvia aos já referidos autores é originada pela crença de serem uma "doutrina tão poderosa que exigiria, para ser divulgada, a sombra das grandes árvores" (GATHIER, 1996:23).

No período entre os anos de 750 e 550 a.C. surgem os primeiros Upanishades, forma clássica da especulação filosófica hindu. A etimologia do termo é controversa, mas a versão mais aceita seria upa, significando "próximo", ni, "embaixo" e sad, "sentar", indicando uma doutrina "dita ao pé do ouvido": uma referência ao ato do discípulo em sentar-se junto ao mestre para ouvir-lhe as instruções (GATHIER, 1996:24). São textos, em sua maioria, anônimos, e que adotam diversas formas literárias, desde parábolas e diálogos até máximas e poemas.

Apesar de ainda ligados ao ritualismo sofisticado da literatura anterior, os Upanishades já expressam, de maneira assistemática, doutrinas que são encontradas na filosofia ocidental: monismo, idealismo e solipsismo. As perguntas fundamentais da "filosofia propriamente dita", como "de onde viemos", "qual o fundamento da realidade" já estão presentes. Neles, a noção de Brahman como fundamento absoluto do mundo e a identidade entre o eu individual e o Eu divino são abertamente defendidas e aprofundadas.

Por volta do ano de 550 a.C. a filosofia na Índia passa a se caracterizar por uma maior exigência crítica e sistemática. Os Upanishades apresentavam incongruências que poderiam levar a crenças dispares e conflitantes, Segundo Hocking (MOORE, 1978:30) "juntamente com tendências acentuadas para o monismo, há (...) enunciados que justificam um dualismo". Soma-se a isso o imperativo em não romper o liame entre o hinduísmo do presente e suas raízes védicas e de atacar o surgimento de seitas tidas como heréticas: os jaínas e budistas. Dessa situação, formalizaram-se seis sistemas, os Darshanas, literalmente, "pontos de vista" : Nyaya, Vaiseshika, Sankhya, Yoga, Mimansa e Vedanta. A obra de Shankara situa-se no contexto deste último.

"Vendanta" significa "o fim dos Vedas" ou "a significação última dos Vedas". Ao Vedanta também se aplica a expressão sânscrita "Uttara Mimamsa" – última investigação. É o sistema clássico da filosofia hindu e tenciona a conciliação entre as diversas tendências manifestas nos Vedas e nos Upanishades. É uma espécie de espirtualismo monista, no qual o Eu individual – o Atman – é reduzido à Brahman, a única e universal realidade, fundamento ontológico do cosmos. O ponto de partida do Vedanta é obra de Badarayana, o Vedanta Sutra, e segundo Gathier (1996: 59) é um texto tão conciso em seus aforismos que "em muitas passagens ele era ainda mais obscuro que os textos que procurava esclarecer". As diferenças entre as mais proeminentes escolas do Vedanta – Advaita, Dvaita e Vishishtadvaita – são, no fundo, diferenças quanto a interpretação de todo o corpus textual acumulado desde a redação do Rig Veda.


4. A ontologia e epistemologia do Advaita Vedanta.
O cristianismo pode ser considerado, em sua forma mais ortodoxa, uma espécie de dualismo, no qual o criador e sua criação possuem diferenças ontológicas insuperáveis. Deus é anterior ao mundo que ele criou e a criação é ato de sua vontade e não de uma necessidade lógica e inevitável de sua natureza divina. Identificar criador e criatura, como bem parece demonstrar as reações frente a obra de um pensador como Espinosa, seria rebaixar e confundir dois níveis ontológicos qualitativamente diferentes. De um ponto de vista estritamente filosófico, um dualismo desse tipo parece, a princípio, se adequar melhor ao senso comum quando comparado a um monismo, pois estabelece uma separação entre os entes cotidianos e o absoluto, o que preservaria as diferenças, individualidades e a pluralidade dos fenômenos tão evidentes e caros ao senso comum. Estes parecem ser esvaziados de conteúdo ontológico autêntico quando concebidos dentro de um monismo, seja do tipo defendido por Espinosa, que entende os objetos materiais e conceituais como atributos e modos de Deus, seja do idealismo absoluto hegeliano, que concebe o Absoluto como a atividade incessante do Espírito – seja na Natureza ou na consciência e história humana.

Tal é a situação que a filosofia do Advaita, o não-dualismo, coloca diante do leitor: como conciliar Brahman; um absoluto tão universal, simples e total; com as coisas, as idéias e os "eus" individuais? Em outras palavras: como o Absoluto se relaciona com o relativo e o contingente? Por isso, entender a ontologia descrita por Shankara é compreender a natureza do Brahman.


4.1. A Natureza do Brahman
Deve-se ressaltar, logo de início, que Shankara não é um racionalista do tipo cartesiano que visa provar por meios puramente intelectuais a existência da divindade. São os Vedas as fontes privilegiadas para o conhecimento do Absoluto e todo e qualquer discurso acerca dele deve partir e voltar para os textos sagrados. O debate em termos estritamente racionais visa apenas armar aquele que já dispõe da verdade frente os adversários heréticos(GATHIER, 1996: 62).

A sentença tat tvam asi, "isso é você!" resumiria todo o conteúdo dos Vedas: Brahman é a única realidade, existente em si e para si mesmo, homogêneo, sendo impossível atribuir-lhe algo como características, limites, determinações ou modos. Ele não é um mero objeto passível de ser conhecido. Ele é adrisya: além da capacidade dos sentidos, da mente ou do intelecto. É a "testemunha silenciosa", Saksin. Ninguém está ao seu lado. Ele é turiya – transcendente. Não temos contato direto com o absoluto devido ao foto do mundo, como aparece, é ilusão, um erro derivado do Maya, o poder de Brahman em ocultar sua real natureza. Maya significa "aquilo que não é". Segundo Shankara

"The true tradition of the Vedanta have made the following declaration: ‘when the individual soul which is held in the bonds of slumber by the beginningless maya awakes, then it knows the eternal, sleepless, dreamless non-duality" (DEUTSCH, 2004: 225). ("A verdadeira tradição do Vedanta fez a seguinte declaração: 'quando a alma individual acorda, a alma que esteve mantida nos laços do sono por Maya que não tem começo, então ela conhece a não-dualidade eterna, sem forma e desperta (sem sonhos)' ")
A ilusão é comparada com a confusão que uma pessoa pode fazer entre uma serpente e uma corda: na escuridão uma corda pode ser aceita como uma serpente (SATPRAKASHANANDA, 1965: 127). Quando se está na luz, quando o conhecimento da verdade dissipa o Maya, a serpente, que era tida como real, se torna falsa. Assim como a cobra é sobreposta à corda, o mundo e o corpo são sobrepostos à Brahman e ao Supremo Eu. Logo, a realidade fenomênica apenas parece ser diferente da Verdade Absoluta, estando elas "cobertas" pelo Maya. Só quando se possui o verdadeiro conhecimento, Jnana, é que entendemos a natureza da ilusão: ela não é real, pois de posse de Jnana, ela desaparece, mas existe enquanto o saber está envolvido pela ignorância (avidya). Nas palavras do próprio Shankara:

"It is a well-ascertained truth that notion of identity of the individual Self with the non-Self, - with physical body and like – which is common to all mortal creatures is caused by avudya, just as a pillar (in darkness) is mistaken (through avidya) for a human being. (...) similarly consciousness never acttually pertains to the body – such as pleasure, pain and dullness – actually pertain to Consciousness, to the Self; for, like decay and death, such attributes are ascribed to the Self through avidya". (DEUTSCH, 2004:278).
Essa é uma ignorância frente a própria natureza humana, pois existiria, na verdade, uma identidade entre o Eu (Atman) e o Brahman. Não é possível estabelecer provas exteriores acerca da existência do Eu, ele é um dado bruto. De modo cartesiano, Shankara nega a possibilidade de negar o Atman, pois o próprio ato de negar afirma a existência dele: ""a existência do Brahman nos é ainda, imediatamente certa por ser ele o Eu de todas as coisas e de cada um (...) cada indivíduo percebe imediatamente sua própria existência e ninguém pensa: ‘eu não existo' " (GATHIER, 1996: 207). É notável a semelhança entre esse argumento e o argumento do Cogito presente nas Meditações de Descartes. A existência indubitável do Atman é visto como uma das evidências da existência do Brahman. Nas palavras do próprio filósofo:

"The soul is the eternal inteligence, for that very reason that is not a product but nothing else but the unmodified highest Brahman which, owing to the contact with it’s limiting adjuncts, appears as individual soul. That inteligence constitutes the essential nature of highest Brahman (...) if the individual soul is nothing but highest Brahman, (...) just as light and heat constitute the nature of fire". (DEUTSCH 2004: 245).
Não se pode confundir o Atman – princípio divino e universal no homem – e por isso mesmo identificado com o Absoluto, com a Jiva, a alma individual, distinta do nosso verdadeiro Eu. Jiva é imerso na ignorância e identifica o Atman com seu corpo, mente e sentidos. Segundo Shankara: "And that individual soul is to be considered a mere appearance of highest Self, like the reflexion of the sun in the water; it is neither directly that, nor a different thing. (...) and that ‘appearance’ is the effect of Nescience" (DEUTSCH 2004: 248). (E aquela alma individual deve ser considerada um mero aspecto do Eu supremo, como o reflexo do sol na água; não é diretamente aquilo, mas tampouco é outra coisa. (...) e aquele 'aspecto' é o efeito da Necedade").

Uma das tendência do Advaita que se seguiram as doutrinas de Shankara, a Vivarana, defende a idéia de pratibimba: o eu individual (jiva) seria apenas um mero reflexo, uma imagem distorcida, de Brahman, que seria o objeto que gera tal imagem (DEUTSCH 2004: 305). A confusão entre o objeto real e a imagem seria também Maya. Afirmar a existência do Maya e sua identidade com os fenômenos é decorrência direta da crença na realidade totalizante de Brahman.

Mas como articular a pluralidade e a contingência do mundo com essa natureza totalizante do Brahman? Shankara formula uma diferenciação entre dois níveis de compreensão do Absoluto. Em um nível mais elementar de entendimento, Brahman surge como Saguna: uma divindade (Isvara) pessoal, causa material e direta do mundo e objeto de culto e de rituais – seria o Brahman como pessoa, segundo os Vedas. Um reflexo do absoluto através do véu da ignorância, o avidya, conseqüência da tentativa de conhecer a Verdade com uma mente sob a influencia do Maya.

Posteriormente, seguidores de Shankara diferenciaram claramente o Maya como sendo o mundo como se apresenta, a ilusão, da avidya, ilusão subjetiva causada pelo Maya. Logo, este último tem um caráter objetivo, mesmo sendo imperfeito e ocultando o aspecto real e divino do mundo e do verdadeiro Eu. Tal conclusão distancia o Advaita de um idealismo subjetivo como o professado por George Berkeley, pois os objetos sensíveis existem, independente de serem percebidos ou não. Outra conseqüência é a possibilidade de confundir o Advaita com um tipo ilusionismo no qual o mundo seria mera "sombra sem substancia, uma pura ilusão, ou um vazio" (SATPRAKASHANANDA, 1965: 66). O mundo, então, não é um vazio ontológico: ele é apenas relativamente real, enquanto Brahman é absolutamente real.

Complementar a essa visão pessoal de Brahman, tem-se Nirguna – absoluto, sem finalidade, único, incriado, sem atributos – alcançado unicamente por um saber superior. O absoluto por excelência, livre de qualquer relação ou dependência, condição limite ou mudança. Isto faz dele um ser impessoal, impossível de ser descrito, pois ausente de qualquer determinação, ação ou vontade.

A diversidade e as determinações são evidentes no mundo material, desde os entes mais simples – pedras, vegetais, animais – até mesmo em um único ser humano, com suas diferenças de estados mentais e mudanças físicas. Não é possível enquadrar Nirguna nestes conceitos. Não possível qualificar Nirguna, seja como misericordioso ou como criador. Dotá-lo de atributos seria limitado. Referir-se a Nirguna é adotar tão somente uma via negativa, onde não se pode afirmar nada sobre ele sem limitá-lo de maneira ilegítima. Ele só surge como um deus pessoal, Saguna, quando é sobreposto ao Maya.

Shankara não está propondo uma divindade dual em sua essência. Esta separação seria conseqüência de nossa capacidade cognitiva e não da natureza de Brahman. Seriam dois pontos de vista acerca de uma mesma Verdade, uma absoluta (paramarthika) e outra relativa (vyavaharika). A primeira considera o Brahman como ele realmente é – Nirguna – e a segunda limita-se ao nossa percepeção e entendimento empírico, e vê Brahman como um deus, causa do mundo. A vyavaharika não teria validade em um nível cognitivo transcendental, fazendo do ato de aceita um Isvara como apenas uma crença limitada a uma realidade empírica, mas não como a última realidade absoluta.

Desse modo, o imutável Brahman é visto como mutável devido a superposição do não-eu (objetos) ao eu (sujeito, o Atman, identificado com o Brahman). As características dos primeiros são confundidos com as do segundo, gerando a confusão entre o real e o sujeito com o irreal e os objetos. É confundir o Eu com meu corpo, por exemplo. Daí a necessidade por parte da maioria dos homens, envolvidos na ignorância, em ligarem-se a rituais e na crença em um Isvara. É a alma individual, o jiva, em agindo em um plano cognitivo relativamente real. Ela se identifica com o corpo, a mente e os sentidos quando está sob a influencia do avidya. Mas quando toma conhecimento do Brahman, e não mais o confunde com Maya, o Eu é comparado com uma bolha que arrebenta em contato com o oceano, tornando-se um com Brahman.


4.2. A epistemologia do Advaita
A teoria do conhecimento é necessariamente articulado à ontologia da filosofia de Shankara. A necessidade de se explicar a relação entre Brahman e o mundo material gerou uma diferenciação quanto ao modo como podemos conhecer o Absoluto e não uma diferença na natureza dele mesmo. A separação entre Nirguna e Saguna advém de nossas capacidades cognitivas. O que leva a considerar tanto os aspectos empíricos como os aspectos metafísicos do conhecimento.

De um ponto de vista puramente metafísico, o conhecimento é identificado com a Pura Consciência, que está além da relatividade do sujeito individual. Essa Consciência é a priori, anterior a qualquer forma de existência material, não podendo ser negada ou afirmada. A existência dos objetos é dada pela luz vinda dessa Consciência, sendo ela, portanto, a última realidade. Os objetos referem-se a ela, mas ela não se relaciona e nem depende destes objetos. Brahman Jnana (o conhecimento de Brahman) não pode ser adquirido via dados empíricos, mas tão somente quando se supera a avidya e se compreende a real natureza do Maya. (SATPRAKASHANANDA, 1965: 15-18).

O conhecimento empírico é relacional, pois muda conforme os objetos. Seria um saber preliminar, tomado pela ignorância. Brahman, por exemplo, é entendido como causa material do universo e diretamente relacionado com o universo em função desta influencia da adhyasa que sobrepõem o Brahman Absoluto ao mundo como um todo. Segundo Padmapada, fundador do Vivarana Advaita

"Superimposition (adhyasa) means the manifestation of the nature of something in another which is not of that nature. That manifestation, it is reasonable to hold, is false (mithya). The world “mithya” is of double signification – it is denotative of negation as well of inespressibility. Here is an expression of negation" (DEUTSCH 2004: 308).
O fundamento do ato de conhecer é o Eu: ele é auto-evidente, não necessitando de provas ulteriores, como já foi afirmado. É o fundamento, no sentido de início, do ato de conhecer, é ele que ilumina os objetos a serem desvelados, isto é, conhecidos. Na base de cada eu individual está a onipresente consciência pura de Brahman. Ele se manifesta nas criaturas e, em uma clara ligação entre epistemologia e ontologia, faz com que as criaturas se manifestam, pela iluminação gerada pelo conhecimento.

Tal caráter revelador do conhecimento distancia o Advaita de filosofias da representação que tanto marcaram a filosofia ocidental durante os séculos XVI até o XIX. O ato que conhecer não é um acesso direto às representação mentais que fazemos dos objetos exteriores ao espírito e sim, segundo Shankara, é fazê-los presentes, desvelá-los. Tal epsitemologia distancia-se também de concepções construtivistas e interpretativas do conhecimento que se tornaram comuns no século XX.


Influência
Apesar de sua curta vida, sua influência foi desde logo imensa sobre a Índia e o Hinduísmo, combatendo veementemente o clericalismo e introduzindo uma forma purificada de pensamento Védico. Sua renovação do Hinduísmo tornou esta escola capaz de enfrentar o crescimento do Budismo, pavimentando o caminho para os movimentos teístas de Ramanuja e Madhva e contribuindo para o declínio do Budismo em grande parte da Índia. Também fundou diversos mathas, ou mosteiros. Suas crenças formam a base da tradição Smarta e influenciaram vários pensadores ocodentais contemporâneos..


Obras
Mais de 300 obras lhe são atribuídas, embora exista consenso dos estudiosos apenas sobre poucas. De autenticidade indisputada são:

Viveka Chudamani,
Upadesasahasri,
Comentário sobre o Brahma Sutra,
Comentário sobre o Brihadaranyaka Upanishad,
Comentário sobre o Taittiriya Upanishad,
Comentário sobre o Vishnu Sahasranama,
Um hino a Krishna (Bhaja Govindam), e
Uma bênção invocatória a Shiva e Shakti, respectivamente Sivanandalahari e Saundaryalahari
Também é ele provavelmente o autor de um famoso comentário sobre o Bhagavad-gita, embora haja alguma controvérsia a respeito.


Ver também
Hinduísmo
Vedas
Upanishads

Bibliografia
DEUTSCH, E. e DALVI, R. (ed.). The Essential Vedanta: a New Source Book of Advaita Vedanta. Indiana: World Winston, 2004.

GATHIER, E. O pensamento hindu. Rio de Janeiro: Agir, 1996.

HEGEL, G. W. F. Introdução à história da filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 2000.

MARITAIN, J. Introdução geral à filosofia. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1966.

MOORE, C. Filosofia: oriente e ocidente. São Paulo: Cultrix, 1978.

RENOU, L. Hinduísmo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964.

REZENDE, A. (org.) Curso de filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

SCHARFSTEIN, B.A., A Comparative History of World Philosophy: from the Upanishads to Kant. Alabany: State Univ. of NY Press, 1998.

SATPRAKASHANANDA, S. Methods of Knowledge. Kolkata: Sdvaita Ashrama, 1965.


Ligações externas
Kasinath Tryambak Telang. Sankaracharya, o Filósofo e Místico
Adi Shankaracharya (em inglês)
Biografia e substancial indicação de bibliografia (em inglês)
Encyclopaedia Britannica online - verbete Sankara (em inglês)
Lista de obras (em inglês)
Ramana Maharshi Arunachala-Shiva Website Português sobre Ensinamento do Advaita Vedanta por este grande sábio.

OM MANI PADME HUM

Tradução: Recebemos a Jóia da consciência no coração do Lótus. (O Lótus é o chakra).

Significa - Recebemos a jóia da consciência divina, no centro do nosso chakra da coroa.

Avalokitesvara alcançou tão elevado grau de espiritualidade, como se tivesse subido a mais alta montanha. Destas alturas, estava para partir à planos ainda mais elevados, e distantes da terra, quando ouviu um gemido que vinha do inconsciente coletivo da humanidade.

O lamento por sua partida. Seu coração encheu-se de compaixão e Avalokitesvara prometeu ficar neste planeta trabalhando e servindo para evolução da humanidade.

Este juramento bodhisatva, é feito por todos os Mestres que servem a Luz da Grande Fraternidade Branca. Eles deixam de seguir as sua evolução em planos superiores, para servir a Luz de seus irmãos ainda encarnados.

Ao recitarmos o Mani Mantra, estamos penetrando a mesma roda metafísica que os Mestres Ascensos e não Ascensos da Grande Fraternidade Branca que estão constantemente empurrando - a Roda da Evolução Espiritual da humanidade.

Este mantra tem sua origem na Índia e de lá foi para o Tibet. Os tibetanos não conseguiram entoá-lo da mesma forma, mudando sua pronuncia para: OM MANI PEME HUNG este é o mantra mais utilizado pelos budistas tibetanos.

Qualquer pessoa pode entoá-lo. Estando feliz ou triste, ao entoar o "Mani Mantra", uma espontânea devoção surgirá em nossa mente e o grande caminho será fortemente realizado.

O mantra OM MANI PADME HUM, é fácil de pronunciar e poderoso pois contém a essência de todo o ensinamento.

Muito tem sido escrito sobre este mantra e é impressionante que apenas seis silabas possam atrair tanto comentário importante.

De acordo com Dalai Lama, o propósito de recitar este mantra é transformar o corpo impuro de suas palavras e mente, no puro e louvado corpo, palavra e mente de um Buda.

O som de cada silaba é visto como tendo uma forma paralela espiritual.

Fazer o som de cada silaba portanto, é alinhar a si mesmo com aquela qualidade espiritual particular e para se identificar com isto.

Existe também um grande numero de outros beneficio que resultam da repetição deste mantra, incluindo a produção do mérito e destruição do carma negativo.

OM - A primeira silaba, recitá-la o abençoa para atingir a perfeição na pratica da generosidade.
MA - Ajuda a aperfeiçoar a pratica da ética pura.
NI - Ajuda a atingir a perfeição na pratica da tolerância e paciência.
PAD - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da perseverança.
ME - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da concentração.
HUM - Ajuda na conquista da perfeição na pratica da sabedoria.

A senda das seis perfeições é a senda de todos os budas. Cada uma das seis silabas elimina um dos venenos da consciência humana.

OM - Dissolve o orgulho
MA - Liberta do ciúme e da luxuria.
NI - Consome a paixão e os desejos
PAD - Elimina a estupidez e danos.
ME - Liberta da pobreza e possessividade.
HUM - Consome a agressão e o ódio.

Os mantras são freqüentemente, os nomes dos budas, bodhisattvas ou mestres e que o compuseram. Os mantras são investidos com um infalível poder de ação, de forma que a repetição do nome da deidade, transmite as qualidades de sua mente. O nome é idêntico a deidade ou essência da deidade que o compôs e com ele presenteia a humanidade dando a seus irmãos a essência de tudo aquilo que ele atingiu em muitas vidas de esforço e sagrado oficio. Dando o glorioso resultado de seu momentum de sabedoria.

Ao recitar este mantra, o meditante também pode conseguir as qualidades do Chenrezig, o bodhisatva da compaixão, conhecido na tradição Mahayana como Avalokitesvara.

O mantra OM MANI PADME HUM, chamado de mani mantra, levanta algumas traduções misteriosas. Diz a tradição que este mantra significa o nome Chenrezig. Contudo, Chenrezig não tem nome, mas ele é designado por nomes. Estes nomes são a taça para a compaixão a benção e a força que ele derrama. Portanto este é apenas um dos nomes de Chenrezig, MANI PADME, colocado entre as duas silabas sagradas OM e HUM.

Parece-nos que Chenrezig, Avalokitesvara e Kuan Yin são os nomes do mesmo buda da compaixão.

OM - Representa o corpo de todos os budas, também o começo de todos os mantras.
MANI - Jóia em sânscrito
PADME - Lótus ou chakra
HUM - A mente de todos os budas e freqüentemente finalizam os mantras.
MANI - Refere-se a Jóia que Chenrezig segura no centro de suas duas mãos.
PADME - Refere-se ao lótus que ele segura na sua segunda mão esquerda.

Dizendo MANI PADME estamos nominando Chenrezig através de seus atributos: "Aquele que segura a Jóia e o Lótus". Chenrezig ou Jóia do Lótus são dois nomes para a mesma deidade.

Quando recitamos este mantra, estamos na verdade repetindo o nome de Chenrezig. Este mantra é investido com a benção e o poder da mente de Chenrezig, sendo que ele mesmo reúne a benção e a compaixão de todos os budas e bodhisattvas. Desta forma o mantra é imbuído com a capacidade de purificar nossa mente de sua obscuridade. O mantra abre a mente para o amor e compaixão e a conduz ao despertar.

Sendo a deidade e o mantra um em essência, significa que é possível recitar o mantra sem necessariamente trabalhar a visualização. A recitação permanece efetiva.

Cada uma das seis silabas sagradas retêm um efeito purificador genuíno.

OM - Purifica o corpo
MA - Purifica a palavra
NI - Purifica a mente
PAD - Purifica as emoções
ME - Purifica as condições latentes
HUM - Purifica o véu que encobre o conhecimento

Cada silaba é ela mesma uma oração

OM - É oração dirigida ao corpo dos budas
MA - É oração dirigida à palavra dos budas
NI - É oração dirigida à mente dos budas
PAD - É oração dirigida às qualidades dos budas
ME - É oração dirigida à atividades dos budas
HUM - Reúne a graça (benção) do corpo, palavra, mente, qualidade e atividade dos budas.

Estas seis silabas correspondem à transcendental perfeição dos budas secretos.

OM - Ratnasambhava, Buda que nos inunda com sua sabedoria de igualdade e nos liberta do orgulho espiritual, intelectual e humano
MA - Amogasidhi, Buda que nos inunda com sua sabedoria que a tudo realiza, a sabedoria da ação perfeita e liberta-nos do veneno da inveja e do ciúme.
NI - Vajrasattva, Buda nos inunda com a sabedoria da vontade diamantina de Deus. Consome em nós o veneno do medo, da duvida e da descrença em Deus, o único Guru.
PAD - Vairochana, Buda que nos inunda com a sabedoria penetrante do dharmakaya, a poderosa Presença Eu Sou. Consumindo em nós o veneno da ignorância.
ME - Amithaba, Buda que nos inunda com a sabedoria da discriminação e consome em nós os venenos das paixões : Todos os desejos intensos, cobiça, avareza e luxuria.
HUM - Akshobhya, Buda que nos inunda com a sabedoria que se reflete como num espelho e consome em nós os venenos de raiva, ódio e criações de ódio.

As seis silabas sagradas OM MANI PADME HUM são a essência das cinco famílias de budas secretos. São a fonte para todas as qualidades e profunda alegria. É a senda que conduz a uma elevada existência para a liberdade da alma.

domingo, 19 de outubro de 2008