sábado, 11 de outubro de 2008

Cluster - Vou te esperar

# Vou Te Esperar - Cluster

Eu fiz loucuras pra te encontrar
Fui paciente pra te esperar
Fui seu amigo pra te entender
Sempre disposto a te escutar
Me fiz mais forte para agüentar
Essa angustia de te esperar
Fiz palhaçadas pra te ver sorrir
Falei besteiras pra te alegrar
Eu virei noites pensando em você
E em uma maneira de explicar
Como isso tudo foi acontecer
Como por você fui me apaixonar

Tudo o que eu faço pensando em você
É só o meu jeito de te falar
Que não importa o tempo que for
Eu vou te esperar
Eu vou te esperar
Tudo o que eu faço pensando em você
Que sabe assim você vá se tocar
Que é só você fazer acontecer
Eu vou te esperar
Eu vou te esperar

Me pus no seu lugar pra compreender
Mudei meus planos pra te acompanhar
Fiz absurdos pra te surpreender
Roubei estrelas pra te encantar
Criei desculpas pra poder te ver
Já tomei chuva só pra te abraçar
Me escondi pra não te ver sofrer
E quis morrer quando eu te vi chorar
E o nosso beijo faz enlouquecer
Que eu perco a hora ate perco o ar
É tão perfeito é tudo tão lindo
Parece que faz o tempo parar

Tudo o que eu faço pensando em você
É só o meu jeito de te falar
Que não importa o tempo que for
Eu vou te esperar
Eu vou te esperar
Tudo o que eu faço pensando em você
Que sabe assim você vá se tocar
Que é só você fazer acontecer
Eu vou te esperar
Eu vou te esperar
Eu vou te esperar

Me arrisquei para não te perder
Abri meus braços pra me entregar
Eu não fiz nada pra esse amor nascer
Mais faço tudo pra não se acabar

Simplesmente você....

Bela produção...
Será que tenho alguém para poder dedicar isso hoje?
As dúvidas me consomem...
Porém... Algo existe que me refaz...
E não sei porque... por mais que eu tente...
Não consigo me afastar...
Posso estar longe fisicamente...
Mas meu coração... este... permanece sempre ali... do lado dessa pessoa...

Um Amor Puro




O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro

Composição: Djavan

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pensamentos...

Hoje parei para revisar algumas coisas...
Tanto na vida quanto na espiritualidade...
Havia voltado a fumar... nos últimos dias...
Parei novamente... Pois o motivo cessou...
Essa poesia do Oswaldo, reflete muito, sobre mim, e sobre o que sou...
Não sou totalmente comum, não ajo como as pessoas comuns...
Porque acho que se eu for uma pessoa comum, não serei eu mesmo...

Sendo eu mesmo, posso ser como sou, sem medo de sofrer...
Sendo comum, teria os mesmos medos que todos têm...
Meus medos são diferentes, ainda assim são medos...
Mas não me paralisam... Minha forma de agir é distinta...
Hoje, não quero dominar... Não quero cativos à força...
Quem estiver a meu lado, terá que estar por livre opção ...

A quem o meu amor for entregue... saberá...
Que os sonhos todos podem ser realizados...
Que os mínimos desejos, podem ser atendidos...
Mesmo que não se mova uma só folha para tal...
A quem quiser me conhecer realmente...
Que tenha ouvidos...
Que tenha coração...
Que tenha paciência...
Pois sou muitos em mim mesmo,
Perdido em pensamentos,
Perdido em caminhos invisíveis...
A quem quiser me merecer realmente...
Não precisa de tanta riqueza (pois riqueza para mim é sentimento)...
Não precisa de tanta beleza (pois beleza para mim é a verdade)...
Não precisa de tanto...
Só preciso de pouco...
Mas que esse pouco, seja realmente...
Íntegro... Total... Pleno...
Não procuro paixões ardentes (embora possa arder como vulcão)...
Não procuro amores eternos (porque sei que o amor mais puro acaba, se não for cuidado)...
Não procuro soluções para minha vida (porque a solução dessa vida sou eu)...
Procuro apenas alguém...
Que queira estar perto...
Que queira me ouvir, mesmo em meus momentos de insanidade...
Que queira me ouvir de perto, que queira me amar,
Que realmente me ame quando eu menos merecer...
Procuro uma pessoa...
Que queira ser amada...
De forma sublime...
De forma humana...
Mas que não me veja apenas como homem... mas também como pessoa

Procuro a pessoa... que vai me ver, quem eu sou, como realmente sou,
E vai permanecer... E não fugir...
Sim, eu também desejo ser amado... como todos...
Sim, eu também desejo ser escutado... como todos....
Sim, eu também sou humano... como todos...
Não quero ser melhor...
Não quero ser pior...
Não quero ser igual...
Só quero ser eu....
E poder ser eu sempre...
E ser reconhecido pela voz e pelo olhar da pessoa que amo...
Eu não tenho toda a sorte do mundo...
Mas tenho toda a disposição...
E mesmo que o mundo me tente forçar a parar...
Eu continuo... sempre... esbarrando, criando novos caminhos...
Caindo, levantando...
Porque mesmo que desanime em alguns momentos...
São nos momentos mais improváveis que minha força se renova...
E tendo isso em mim... Sou o agora...
Não quero relembrar do passado, ressentindo as dores...
Não quero ficar planejando o futuro, sem viver meu presente...
Não quero viver meu presente, sem ser 100%.
Se estou do seu lado... sempre estarei ali 100%.
Mesmo que meu olhar divague para o horizonte...
É porque assim posso abrir meu coração para olhar o que há dentro do seu...
E escutar o que seu coração diz...
E tentar fazer o melhor para a pessoa que amo, e para mim...




Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei


Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Oswaldo Montenegro

Por que nos decepcionamos com o Amado

Por que nos encantamos sentimentalmente com uma pessoa? Ainda não podemos responder integralmente a esta pergunta fundamental. Fomos capazes de avançar muito a esse respeito nos últimos anos, de modo que algumas conclusões parciais podem ser muito úteis para que cometamos menos erros.

Nós nos envolvemos com outra pessoa porque nos sentimos incompletos em nós mesmos. Se nos sentíssemos inteiros e não “metades”, certamente não amaríamos. Sim, porque o amor corresponde ao sentimento que desenvolvemos em relação àquele que nos provoca a sensação do aconchego e completude que não conseguimos sentir quando estamos sozinhos. A escolha do parceiro, daquele que irá nos fazer sentir menos desamparado, é repleta de variáveis intrigantes que vão desde o desejo de também nos sentirmos protegidos até aquelas em que precisamos nos sentir úteis e até mesmo explorados.

Neste momento, estou querendo me ater um pouco ao processo do enamoramento, no encantamento inicial que faz com que uma pessoa “neutra” se transforme em indispensável, sem a qual não podemos imaginar seguir vivendo. O processo, que não raramente se dá em poucos instantes, depende de elementos nem sempre detectáveis. É claro que a aparência física das pessoas envolvidas desempenha um papel muito importante no fenômeno do enamoramento. Esse aspecto inicial do encontro amoroso não deve ser confundido com o amor propriamente dito. O amor é paz e aconchego ao lado de uma pessoa, ao passo que o enamoramento corresponde ao processo pelo qual esta pessoa é escolhida - e que, como regra, corresponde a um período nada sereno; o amor é uma emoção ansiada, mas nos chega acompanhado de muitos medos.

No que diz respeito à aparência física, é claro que o elemento erótico se destaca, especialmente nos homens que têm um desejo visual marcante. Acontece que, por caminhos diversos, muitos são aqueles que guardaram em suas memórias registros de figuras que muito os impressionaram e que se transformaram em modelos ideais com os quais cada nova pessoa conhecida é confrontada. Por vezes é algo geral, incluindo a forma do corpo; outras vezes é a cor dos olhos, dos cabelos, o tipo de seio, os quadris. Algo que pode lembrar, desde suas mães até alguma estrela de cinema que muito lhes tenha impressionado. A verdade é que, por outras vias, as moças também guardam dentro de si indicadores do que elas acham que seja o homem ideal para elas: podem ser esbeltos ou musculosos, intelectualizados ou executivos, voltados para as artes ou poderosos, e assim por diante. Todos esses ingredientes incluem elementos eróticos, mas todos eles se transformam, em nossa imaginação, em símbolos dos nossos parceiros ideais. De repente, julgamos ter encontrado um número importante de tais símbolos naquela pessoa que nos passou pela vida. E nos enamoramos.

Assim sendo, o fenômeno do enamoramento se fundamenta em aspectos relacionados com a aparência do outro. É claro que costuma ter relação com o que a pessoa é por dentro. Mas a correlação não é absoluta e nem assim completa. Conversamos com a pessoa que nos atraiu e, em virtude da atração inicial que sentimos e do nosso desejo enorme de amar, tendemos a ver no seu interior as afinidades e peculiaridades que sempre quisemos que existissem naquele que nos arrebataria o coração.
Por exemplo: um rapaz mais franzino, mais intelectualizado e voltado para as artes é visto, mais ou menos rapidamente, como emotivo, romântico, delicado e sensível, pouco agressivo, que respeita os direitos da mulher e não é exageradamente ciumento. Uma moça se encanta com ele e espera que ele seja portador de todas essas peculiaridades. Essa expectativa se transforma, mais ou menos rapidamente, em certeza de que elas existem. A moça projeta seus sonhos de perfeição naquele rapaz que tanto a encantou e passa a ter certeza de que as propriedades desejadas estão lá. O fenômeno é o da idealização, pelo qual acreditamos que o outro contenha todas as peculiaridades que dele esperamos.

Sonhamos com o príncipe encantado – ou com uma princesa ideal – e, ao nos enamorarmos, projetamos todos os nossos desejos sobre aquela pessoa. Passamos a conviver com ela e a esperar dela as reações próprias do ser que idealizamos. O que acontece? É a pessoa real a que irá agir, reagir e se comportar de acordo com suas efetivas peculiaridades. Não poderemos deixar de nos decepcionar, não obrigatoriamente por causa das peculiaridades efetivas do amado, mas porque despejamos sobre ele todos os nossos sonhos e exigências de perfeição. O erro nem sempre está na pessoa e sim no fato de termos sonhado com ela mais do que prestado atenção nela, no que ela efetivamente é. Eis aí um bom exemplo dos perigos derivados da sofisticação da nossa mente, capaz de imaginar de uma forma livre e tão grandiosa que a realidade jamais irá alcançar.


Flávio Gikovate é médico psicoterapeuta, pioneiro da terapia sexual no Brasil.
Conheça o Instituto de Psicoterapia de São Paulo.
Confira o programa "No Divã do Gikovate" que vai ao ar todos os domingos das 21h às 22h na Rádio CBN (Brasil), respondendo questões formuladas pelo telefone e por e-mail gikovate@cbn.com.br
Email: instituto@flaviogikovate.com.br

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Chicago - You're The Inspiration

YOU'RE THE INSPIRATION

( Você é a inspiração )

CHICAGO - 1984 [ TRAD 033 Y ]

YOU KNOW OUR LOVE WAS MEANT TO BE

Você sabe que o nosso amor tinha de acontecer

THE KIND OF LOVE THAT LASTS FOREVER

É o tipo do amor que dura para sempre

AND I WANT YOU HERE WITH ME

E eu quero você aqui comigo

FROM TONIGHT UNTIL THE END OF TIME

A partir desta noite, até o fim dos tempos

YOU SHOULD KNOW EVERYWHERE I GO

Você devia saber, aonde quer que eu vá

YOU'RE ALWAYS ON MY MIND

Você não sai do meu pensamento

IN MY HEART, IN MY SOUL, BABY

De meu coração, da minha'alma, meu bem

( REFRÃO )

( 1 ) YOU'RE THE MEANING IN MY LIFE

Você é o significado na minha vida

( 1 ) YOU'RE THE INSPIRATION

Você é a inspiração

( 1 ) YOU BRING FEELING TO MY LIFE

Você traz sentimento à minha vida

( 1 ) YOU'RE THE INSPIRATION

Você é a inspiração

( 2 ) WANNA HAVE YOU NEAR ME

Quero ter você perto de mim

( 2 ) I WANNA HAVE YOU HEAR ME SAYING

Quero que você me ouça dizer

( 2 ) NO ONE NEEDS YOU MORE THAN I NEED YOU

Que ninguém precisa de você, mais do que eu ...

AND I KNOW YES I KNOW

E eu sei, sim eu sei

THAT IT'S PLAIN TO SEE

Que é uma coisa tão clara de se ver

WE'RE SO IN LOVE

Nós, tão apaixonados

WHEN WE'RE TOGETHER

Quando estamos juntos

NOW I KNOW

E agora eu sei

THAT I NEED YOU HERE WITH ME

Que preciso de você aqui comigo

FROM TONIGHT UNTIL THE END OF TIME

A partir desta noite, até o fim dos tempos

YOU SHOULD KNOW EVERYWHERE I GO

Você devia saber, aonde quer que eu vá

YOU'RE ALWAYS ON MY MIND

Você não sai do meu pensamento

IN MY HEART, IN MY SOUL, BABY

De meu coração, da minha'alma, meu bem

( REPETE O REFRÃO )

( 1 ) YOU'RE THE MEANING IN MY LIFE

Você é o significado na minha vida

( 1 ) YOU'RE THE INSPIRATION

Você é a inspiração

( 1 ) YOU BRING FEELING TO MY LIFE

Você traz sentimento à minha vida

( 1 ) YOU'RE THE INSPIRATION

Você é a inspiração

( 2 ) WANNA HAVE YOU NEAR ME

Quero ter você perto de mim

( 2 ) I WANNA HAVE YOU HEAR ME SAYING

Quero que você me ouça dizer

( 2 ) NO ONE NEEDS YOU MORE THAN I NEED YOU

Que ninguém precisa de você, mais do que eu ...

( REPETE 2ª PARTE DO REFRÃO )

( REPETE SÓ A 1ª PARTE DO REFRÃO )

WHEN YOU LOVE SOMEBODY

Quando você ama alguém

TILL THE END OF TIME

Até o final dos tempos

WHEN YOU LOVE SOMEBODY

Quando você ama alguém

ALWAYS ON MY MIND

Sempre em minha mente, meu pensamento

Chicago - If You Leave Me Now (1976)

Uhuuu
Faz tempo que nao ouço essa...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Final Fantasy Advent children- Requiem for a dream

Batalha interna...

Hoje resolvi dormir.
Desde o início da semana já não conseguia descansar,fisicamente, ou mentalmente.

A mente estava repleta de caminhos, divagações, dúvidas, inseguranças...
O corpo, de tarefas a fazer em tempo menor do que eu possuía (e possuo)

Hoje, consegui a paz que procurei nos últimos dias, consegui retornar à minha própria essência...

Todos temos medos, receios... Todos temos arranhões do passado... cicatrizes...

Ao conversar com minha amiga, ela me questionou "você ainda não desapegou desse momento de sua vida, ainda não superou..."

E fiquei perdido em divagações sobre o que era realmente isso em mim.
Ao chegar à conclusão, reconheci-me novamente.

A maior alegria que tenho, é de conseguir ver meus defeitos, entenda, é difícil se reconhecer sem se relacionar.

A amizade é a maior dádiva, pois a outra pessoa, se sente livre pra lhe dizer o que pensa, sem receios de te magoar, ou sem cortar partes do ponto de vista.

Agradeço todos os dias, pela grande amizade com que fui abençoado.
É difícil sentir-se livre para ser quem você é, falar o que pensar, e ainda assim, a outra pessoa não ir embora.

Estou aprendendo a cada dia, reaprendendo...

Não tento explicar o que é, apenas sinto, e já me sinto feliz.
Não importa o nome que venha a dar ou ter...
O que importa é que é real...

Que não é algo inventado para fugir do passado, ou do presente...
Mas algo que é regado para ser firme e forte no futuro.

Assim como um carvalho que cresce à medida que é regado, e se torna grande e forte, sendo abrigo para pássaros, esquilos, formigas, etc.

Estou simplesmente feliz, por ser quem sou, por cada um ser quem é, e por cada pessoa especial na minha vida, ser especial na minha vida.

Reencontrei minha felicidade, meu sorriso, meu brilho nos olhos.
Uma amizade, uma amizade me curou, de males de tempos imemoriáveis...
Me ensinando a viver no presente, a nao pensar tanto no futuro...
A desapegar do passado... Deixá-lo no passado...

Obrigado ao Autor da existência, por ter me criado do jeito que sou, e por ter criado meus amigos como o são.

Procurar substituto para superar separação é uma armadilha

O término da relação com alguém especialmente amado gera um arrasador sentimento de perda. A impressão é de que a vida perdeu o sentido, a pessoa se sente como se estivesse morta ou morrendo. Certamente alguma coisa lá dentro morreu. Aquele outro se torna uma ausência, uma falta dolorosamente sentida. Em períodos como esse, tenta-se – da maneira que for possível – sobreviver e manter a esperança de um futuro melhor.

"Não deve haver pressa em procurar substitutos, vale esclarecer que a pressa de se livrar da solidão pode levar a uma nova má escolha. Se você não for seletivo, é provável que a nova pessoa instintivamente sinta sua afobação e rejeite a situação. Além disso, a nova relação vai ficar vinculada à antiga e isso será negativo".

A morte é triste e irreversível; porém o fim não desejado de uma história de amor carrega em si um drama maior. Existe uma sensação de fracasso, de derrota e, quase sempre, um vago sentimento de culpa que acompanha a inevitável pergunta: “onde foi que eu errei?” Quando o sentimento de culpa não impera, fica uma noção de impotência e uma idéia dolorosa de estar sendo vítima de uma injustiça: “fiz tudo direito, amei e me comportei bem, fui fiel, não merecia isso”, como se ser amado fosse merecimento.

Muitas vezes perdura a frustrante ilusão de um retorno que não acontece. Lidar com os destroços de um amor encerrado pelo parceiro – em geral, sem que se saiba direito o que aconteceu e como – é uma tarefa penosa, tal qual tentar sobreviver a um naufrágio. A sensação de que as emoções estão mortas dentro de nós nos acompanha o tempo todo.

Mas a vida ressurge. Sempre. Ela é mais forte do que a tristeza: supera o peso da dor e ergue-se impávida. Não cessa e ressurge sempre, mesmo quando parece não haver mais nada. Pode demorar. Quem já passou por isso sabe que um dia todo o sofrimento passa, a tempestade se desfaz, o bom tempo volta e o sol torna a brilhar, a aquecer a alma e a iluminar os caminhos.

Quem ainda não chegou a esse momento pode acreditar: isso passa; pode demorar, mas passa. É preciso manter viva a chama da esperança e acreditar na capacidade de ressurreição do coração arrasado. Sempre haverá no futuro a possibilidade de um novo amor e é necessário estar preparado para receber essa dádiva preciosa. E um dia, por vezes nem tão distante assim, a nova paixão ilumina com seu brilho a alma, como o sol que ressurge e nos aquece após um longo período de mau tempo. Ou como a primavera que rebrota depois de um longo e escuro inverno. A vida se impõe. Sempre.

Debruçando-me sobre esta dolorosa situação, elaborei algumas reflexões para quem está sofrendo a dor da perda.

A primeira delas é: isso passa.

Substitutos

Pode demorar, mas passa. Não se afobe procurando substitutos para a pessoa amada. Leva tempo para estar em condições de encontrar alguém. Se você procurar outra pessoa, esta vai sentir que está sendo uma substituta e não vai aceitar a situação. Além disso, mesmo que ela não perceba, a nova relação vai ficar vinculada à antiga e isso será negativo.

É claro que diferentes situações demoram tempos diferentes e quanto maior o seu envolvimento, maior o tempo necessário para o sofrimento ir embora. E a dor cessa aos poucos, embora muitas vezes seu fim seja percebido subitamente. O mais importante é saber que um dia o padecimento termina porque isso ajuda a suportá-lo.

Quanto à idéia de que não deve haver pressa em procurar substitutos, vale esclarecer que a pressa de se livrar da solidão pode levar a uma nova má escolha. Se você não for seletivo, é provável que a nova pessoa instintivamente sinta sua afobação e rejeite a situação. Além disso, a nova relação vai ficar vinculada à antiga e isso será negativo. É bom quando existe uma clara separação entre dois relacionamentos. Mas muitas vezes acontece o contrário – algumas pessoas ficam presas ao passado e não abrem espaço para um novo amor. Ajuda imaginar que Deus pode estar nos dando o relacionamento fracassado primeiro para melhor valorizarmos aquele vem depois.

"Novo parceiro é vivido como se fosse uma espécie de remédio para o sofrimento e isso também prejudica o novo encontro. A pessoa que está entrando na vida do outro sente a presença de alguma coisa entre os dois que não faz parte da relação deles".

Quando uma relação amorosa termina, existe uma carga de sofrimento muito intensa. As pessoas envolvidas carregam consigo os sentimentos de perda, fracasso e de frustração. Quando um foi abandonado pelo outro, leva também – geralmente – uma mágoa com relação ao parceiro. Uma das formas de se superar essas situações penosas consiste em encontrar um novo amor para substituir o antigo e, ao mesmo tempo, reforçar a auto-estima abalada pela separação dolorosa.

Esse recurso, embora possa ser eficaz, carrega consigo uma perigosa armadilha. Na medida em que a busca de um novo parceiro amoroso está sendo motivada pela presença da imagem do antigo amor, este se torna uma referência. As novas possibilidades de relacionamento ficam sujeitas a uma constante comparação com a relação anterior e a presença do fantasma desta antiga relação cria uma sombra negativa sobre o futuro. O novo parceiro é vivido como se fosse uma espécie de remédio para o sofrimento e isto também prejudica o novo encontro.

A pessoa que está entrando na vida do outro sente a presença de alguma coisa entre os dois que não faz parte da relação deles. Instintiva e intuitivamente ela se protege e dificilmente abre seu coração inteiramente. Quando não o faz, é porque está também trazendo para este novo relacionamento alguma dificuldade sua. A probabilidade desta situação não ir avante se torna muito grande. A solução é abrir mão de encontrar o substituto de quem foi embora e ficar alerta para evitar lidar com os novos relacionamentos como se fossem tentativas de resolver a situação anterior e tratá-los como devem ser tratados, ou seja, alguma situação inteiramente nova na vida. Somente assim, libertado de todo este passado negativo, o novo amor terá possibilidade de crescer de forma sadia e satisfatória.

Outra reflexão importante é: você não merece isso.

Ninguém merece, mas muitos, quase todos, passamos pela situação de levar um grande fora. Não torne as coisas piores para você e procure se afastar. Evite mendigar migalhas.

Por: Luiz Alberto Py - http://www.albertopy.com.br

AS RAZÕES DO AMOR

Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa:
"A rosa não tem "porquês". Ela floresce porque floresce".

Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento.

"Eu te amo porque te amo..." - sem razões... "Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra".

"Amor é estado de graça e com amor não se paga".
Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que "amor com amor se paga". O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo. "Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo"...

Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena...), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que "o coração tem razões que a própria razão desconhece". Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos.

Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: "Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco." O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá?

Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar...

Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor...

Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: "Que é que eu amo quando amo o meu Deus?" Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: "Que é que eu amo quando te amo?" Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, "o que amamos é sempre um símbolo". Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra.

Variações sobre a impossível pergunta:
"Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no seu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios... Como Narciso, fico diante dele... No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura... Por isto te amo, pelos peixes encantados..."(Cecília Meireles)

Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. Escapam.
Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos.

Eu te abraço para abraçar o que me foge. Ao te possuir alegro-me na ilusão de os possuir. Tu és o lugar onde me encontro com esta outra coisa que, por pura graça, sem razões, desceu sobre ti, como o Vento desceu sobre a Virgem Bendita. Mas, por ser graça, sem razões, da mesma forma como desceu poderá de novo partir. Se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo..."

Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa. "O amor começa por uma metáfora", diz Milan Kundera. "Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética."

Temos agora a chave para compreender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder - delicado - da imagem poética que o amante pensou ver no rosto da amada...

Rubem Alves, teólogo, filósofo e psicanalista brasileiro.

Como saber se é amor?!?

Muitas vezes, quando começamos a nos relacionar, ou mesmo quando já estamos com uma pessoa há bastante tempo, nos pegamos com uma dúvida que parece colocar em “cheque-mate” toda a nossa disponibilidade interna de continuar esta relação. A grande dúvida é: será que é amor? Como saber?

Em primeiro lugar, creio que “saber” não seja o mais importante. Saber só nos serve para nomear os sentimentos, para tentar explicá-los... e nem sempre isso realmente acrescenta algo significativo para nós mesmos ou para o outro. Portanto, mais importante do que saber é sentir e agir. Ou seja, talvez você não saiba exatamente o que sente, mas sente e age de tal forma que fica satisfeito e satisfaz a pessoa que está com você. Pronto, isso basta!
Mas supondo que você não esteja satisfeito ou que seja importante para você ou para o seu companheiro compreender melhor o que você sente, então voltamos às questões: será que é amor? Como saber?

Não há uma fórmula pronta, onde você encaixa seus dados e chega a uma resposta conclusiva, do tipo “sim” ou “não”. Até porque, como sempre defendi, acredito no amor como um caminho para a evolução. Cada um de nós está num grau diferente de consciência e de percepção de si mesmo.

Se considerarmos que uma pessoa bastante evoluída ama sem possessividade, sem egoísmo, sem defesas, com compaixão, serenidade e maturidade, então, podemos tentar nos analisar antes de buscar a resposta “definitiva” sobre ser ou não ser amor o que estamos sentindo.

Um bom começo para esta análise é um autoquestionamento que passe pelas seguintes ordens: se você colocasse “ao lado” o amor que acha que sente, quanto você encontraria em si mesmo de carência, de solidão, de medo de não conseguir se relacionar com outra pessoa, de apego? Quanto existe em você de “preguiça” de começar de novo, de comodidade? Enfim, quanto existe de motivação para alimentar o que você sente?
Ou então, tente perceber o quanto tem investido nesta relação com o melhor que existe em você... Muitas pessoas ficam reservando o seu melhor para um momento mais apropriado ou para alguém que pareça merecer mais... Entretanto, dar o seu melhor deveria ser condição primária para viver qualquer relação, porque só assim os encontros podem valer a pena e podem fazer com que você se torne cada vez mais evoluído, mais disposto e disponível para o comprometimento que o amor pede.

Sugiro que você se ocupe mais em sentir e agir do que em saber se o que você sente é amor ou não. E se, por acaso, perceber que não sente e que, portanto, não tem agido, não tem dado o seu melhor, posicione-se. Fique ou vá embora, mas seja lá qual for a sua escolha, que você a faça com consciência.

Não importa o quão definitiva seja a sua decisão, porque “nada é para sempre”. Decida-se por hoje e você terá decidido pelo único momento que realmente existe e importa. E assim sucessivamente, lembre-se que a vida é uma constante escolha, a todo instante. Se você vai embora ou se você fica, que seja sempre por amor, tanto por si mesmo quanto pelo outro.



Rosana Braga é Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante
e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro"
e "Amor - sem regras para viver", entre outros.
www.rosanabraga.com.br e Comunidade no Orkut

Email: rosanabraga@rosanabraga.com.br

Entrega

Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”, isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.

Entregar-se significa deixar de viver analisando, apegando-se a velhos preconceitos. É dar um salto no abismo, é acolher o novo de mente aberta.

Muitas pessoas não ousam sequer deixar o lar dos pais para estudar fora, com medo do novo, do imprevisível. Quando vão a uma festa, querem saber de antemão tudo o que vai acontecer. Quando estão com alguém, querem que as coisas aconteçam à sua maneira. Com isso, restringem-se a uma vida repetitiva.

Numa noite escura, um homem andava no meio de uma floresta. De repente, ele caiu. A única coisa que conseguiu fazer foi segurar-se em um galho. Quando olhou para baixo, só viu escuridão. Começaram então os pensamentos catastróficos: “Eu vou cair neste abismo e vou morrer... Este galho não vai agüentar, eu vou me machucar todo”. À medida que o tempo passava, o galho ia se desprendendo, e cada vez mais o homem se desesperava, com medo de cair e morrer. A claridade foi chegando com a manhã, e então ele percebeu que estava com os pés a apenas quarenta centímetros do chão e que todo o seu medo e sofrimento tinham sido infundados.

Assim fazem as pessoas que não se soltam das raízes do passado para voar em direção aos sonhos do presente. Ficam com medo de se arrebentar, quando, na realidade, o salto a ser dado tem pouco mais de quarenta centímetros: a distância que separa o cérebro do coração.

Este é o grande salto a ser dado: parar de viver o tempo todo se analisando e deixar de ouvir o “juiz” que existe na sua cabeça. Passar a viver os acontecimentos, em vez de ficar julgando a si mesmo, o outro e tudo o que está ocorrendo.

Muitas pessoas confundem entrega com submissão, o que é um erro, pois cada uma delas se origina em um ponto distinto da personalidade. Enquanto a entrega tem origem na autovalorização e é movida pelo amor, a submissão decorre de um sentimento de inferioridade e é mobilizada pelo medo.

Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”, isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.

Na entrega, tornamo-nos transparentes para o outro, despidos de qualquer máscara, o que possibilita ao ser amado nos ver e nos sentir exatamente como somos.

Na entrega, é como se um pudesse ver o que o outro está pensando, porque estão sintonizados na mesma freqüência de sentimentos.

A confiança é o suporte básico para a entrega e necessita ser mútua, isto é, não pode ser unilateral num grande amor. Todos temos guardados, dentro de nós, nossos segredos, nossos sentimentos, nossas dúvidas, inquietações e medos; nossa genialidade, nossa criatividade, nossa beleza, sensualidade e sexualidade; todas as nossas verdades, vivências e experiências boas e ruins, que representam o nosso tesouro íntimo e que só nós conhecemos e fazemos questão de manter no fundo do nosso ser.

Entregar-se ao outro é presenteá-lo com a chave desse cofre, é transformá-lo num explorador e co-guardião dessas riquezas. E, na entrega mútua, os tesouros se fundem e se transformam num grande amor — cada um é depositário e depositante da riqueza dos dois. Nessa fusão, o par de amantes transcende e se integra no Universo.

Para muitos, isso pode parecer uma grande ameaça, porque a entrega implica comprometimento com o amor. Não se entregando profundamente a alguém, fica a pessoa se entregando aos pedacinhos a várias, o que representa desgaste, tensão e uma dicotomia muito grande. É feita uma oferta de chaves falsas, que jamais abrirão cofre nenhum.

Conseqüentemente, também são recebidas chaves falsas.
Muitas vezes nem nós mesmos conhecemos o nosso tesouro; esquecemos o seu segredo. Pode ser que só possamos ter acesso a ele através do amor e da entrega, porque a pessoa amada vai nos ajudar a ter coragem de mergulhar nas profundezas, sem medo do que possamos encontrar, e até mesmo nos tornar curiosos por descobrir mais.

Analisando o que temos feito na vida, vemos que, muitas vezes, nos preparamos para o banho, chegamos perto do mar, mas acreditando que a água está fria desistimos de nadar e voltamos para casa frustrados. Tendo consciência disso, podemos aprender a mergulhar nas águas do amor, ainda que elas signifiquem um banho frio.

O importante é a percepção de que frustrações desnecessárias geram um sentimento de incapacidade e que a entrega significa lançar-se neste mar — com a força dos braços e das pernas, saberemos fazer nosso corpo esquentar-se e fortalecer-se no amor.

Roberto Shinyashiki
http://www.vaidarcerto.com.br/

Amar de verdade

O que é o amor?

Muitos já tentaram explicá-lo, mas ele não se resume em palavras.

O amor pode ser confundido com outros sentimentos, mas só quem amou de verdade pode compreendê-lo em sua plenitude.

Amar de verdade é sentir que você pode alcançar o céu mesmo não tendo asas.

É cometer as maiores loucuras sem se importar com o mundo.

Amar de verdade é mudar a letra da canção, só para que ela realmente reflita o que estão vivendo.

É dançar mesmo não sabendo o ritmo da música, afinal é o amor que conduz os passos.

Amar de verdade é aprender a respeitar o limite do outro.

É compreender que alguns defeitos jamais serão corrigidos, mas que as qualidades são bem mais expressivas.

Amar é chorar nos momentos de dor, mas acreditar sempre que o amor de verdade combina com a alegria.

Amar de verdade é não desistir de amar mesmo diante das maiores dificuldades, porque o amor a tudo renova.

Amar é lutar juntos por inúmeras conquistas.

E também é sofrer juntos pelas derrotas que vierem, mas sem jamais deixar de continuar a caminhada.

Amar de verdade é seguir novos rumos, sem a certeza da eternidade, mas sim, vivendo intensamente cada instante.

É sonhar acordado e também ter alguém que lhe ajude a enfrentar a realidade.

Amar é escrever uma nova história a cada dia.

Amar é encontrar o sol mesmo nos dias nublados.

É suportar os desafios que virão.

E também comemorar as alegrias que chegarão.

É enxergar o arco-íris após o vendaval.

É saber perdoar os erros.

E também reconhecer que errou.

Amar de verdade é como o fogo que aquece, mas não queima.

É como a água que refresca, mas não esfria o sentimento.

Amar de verdade é atravessar o inferno quantas vezes forem necessárias, mesmo que seja, para desfrutar apenas de alguns instantes do paraíso.

Enfim, amar de verdade é estar ao lado de muitos.

E eleger apenas uma pessoa como especial....

Sônia Carvalho
soniaccarvalho@hotmail.com

Estar com Alguém é uma Escolha Diária

Não adianta querer mudar o parceiro(a). Quando o relacionamento não está dando certo a gente tem a tendência de querer mudar o outro.

É hora de parar e se perguntar: o que eu posso mudar em mim para produzir resultados diferentes? E ao ter a coragem de empreender essa viagem ao encontro da sua verdade, você vai descobrir que o mundo é um espelho e que assumindo a responsabilidade por si mesmo(a) vai atrair para a sua vida um relacionamento de cumplicidade, sem as lantejoulas e os brilhos da fantasia mas com a força e o poder do verdadeiro amor.

Aprendendo a ser cúmplice: passo a passo

- Diga claramente o que é importante para você.

- Não espere nada em troca do que você dá. Dar pensando em receber é manipulação, o contrário da cumplicidade.

- Olhe para dentro de si naquelas situações que a incomodam e saiba porque se sente desta maneira. Então, coloque o que sente para o parceiro e veja que atitude ele vai tomar.

- Espere que a situação melhore. Se ainda assim, nada mudar, pense que a cada momento fazemos uma escolha. E você pode escolher não conviver com uma situação que vai contra os seus valores.

- Procure se colocar no lugar do outro e se pergunte o que gostaria que ele fizesse caso a situação de desagrado fosse inversa.

- Seja uma princesa encantada – essa é a melhor maneira de encontrar um príncipe encantado.

- Reconheça seus erros e peça desculpas ao perceber que está aborrecida com ele apenas porque ele não está cumprindo o roteiro que você traçou para a relação de vocês.

- Faça um auto-exame. Dedique alguns momentos do seu dia para descobrir o que está faltando, o que voc está precisando e dê a si mesma aquilo que precisa.

- Entenda que uma relação de dependência não pode ser ao mesmo tempo uma de cumplicidade.

- Seja responsável por você mesmo(a).

- Reconheça que o que incomoda muito no outro é aquilo que não queremos ver em nós mesmos.

- Procure ajuda se não estiver conseguindo perceber o que se passa dentro de você. O auto-conhecimento é a chave da felicidade.

- Lide com a realidade de cada momento consciente de que a vida não se repete.

- Pare de buscar o super homem. Um homem de carne e osso tem dificuldades, medos, fragilidades. Compartilhe os bons e os maus momentos e estará criando uma base sólida para o relacionamento.

- Seja parceira de si mesma antes de ser parceira do outro.

- Entenda que toda frustração é planejada. Não temos que esperar nada de ninguém. Podemos ter esperanças mas nunca expectativas.

Por: Jael Coaracy - http://www.vaidarcerto.com.br

Sobre o Amor e a Paixão

Tem essas coisas estranhas sobre o amor, sobre o gostar, sobre o estar apaixonado. Que certezas pode-se ter? Bobagem procurar os indícios que esclareçam exatamente que tipo de coisa é esta que derrama azul sobre o céu nos dias de chuva.
Eu tento explicar que não importa o nome que damos. Mas quando um olho bate no outro, dá uma vontade de dizer mais que isto que estamos dizendo. E penso que não é hora. Porque desde criança aprendemos que tudo tem uma hora certa, que não se coloca a carruagem na frente dos animais. Então a gente não diz. Mas sente. E continua a sentir todas as vezes em que os olhos se batem.
E sente muito mais quando os olhos não se batem, mas se procuram, e se angustiam com a ausência ou com a saudade... e esse silêncio danado que fica resmungando coisas no ouvido... e esse medo de perder o que ainda nem se tem certeza que se ganhou.
Pois é. Então que nome vamos dar a isto? Alguns falam paixão, como se fosse um filhote rebelde do amor. Para falar amor é preciso mais tempo, mais dados, mais provações.

A paixão é coisa rápida, pode-se pegar uma a cada esquina da vida, tem um jeitão colorido, nos sacode inteiros, depois nos larga... para quem quer dar um nome honesto ao que sente, melhor ficar com este. É mais seguro. Menos comprometedor. Amor exige compromisso. A paixão admite equívocos, duplicidade, lágrimas nas madrugadas e sorrisos pela manhã, admite a troca dos personagens sem muito prejuízo para o enredo. Estar apaixonado é bonitinho e serve como justificativa para a maioria das bobagens que se comete. O amor não. Ele é sério. Com ele não se brinca. Alguns dizem que só ama-se uma vez na vida, que é eterno, que é sólido, que perdoa, que esquece, que tudo suporta, que é o mais nobre dos sentimentos. Não, não... eu não afirmaria nada disso, diria que o amor é apenas um sentimento, não é tão exclusivo nem tão eterno. Ama-se de muitas maneiras e a muitas pessoas... muitas vezes simultaneamente.

Para dizer eu te amo, não é preciso ir ao cartório registrar a intenção. Para dizer eu te amo, basta sentir vontade de dizer.
E se amanhecer cinza sobre o amor que foi declarado durante a madrugada, não quer dizer que não era amor. Quer dizer apenas que os dias de chuva chegam e desabam sobre todos, sobre os que amam e sobre os que não têm coragem para confessar.

Dou meu voto ao amor, seja lá de que espécie for. Não o exijo tão eterno ou tão sólido, mas exijo-o dito, declarado rasgadamente, afirmado, pichado em muros, escrito em blogs, desenhado em cadernos, manuscrito em envelopes azuis, confirmado em bocas e em línguas diversas para que os olhos sejam sempre presentes em brilhos, em fogos, em correntes salgadas sobre a pele. Amor precisa ser dito quando sentido. E é mais sentido quando se diz.

Ana Walker

Recebido de Claudette Grazziotin

Medo de se apaixonar

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas.

Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza.

Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz.

Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele.

Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.

Por: Fabrício Carpinejar
http://www.fabriciocarpinejar.blogger.com.br

Quando a amizade vira amor...

Quando a amizade vira amor...
:: Rosana Braga ::


Melhor do que ter apenas um grande amigo é ter um namorado que seja também um grande amigo. Certamente isso seria o ideal para qualquer pessoa que deseja se relacionar e encontrar companheirismo, admiração e confiança.
Afinal de contas, casais competitivos, que mais brigam e se encaram como inimigos do que parceiros – por mais estranho que possa parecer – é o que vemos o tempo todo, ainda que isso aconteça sem que, muitas vezes, o próprio casal perceba.

Mas, de fato, o que poderia ser um verdadeiro presente pode se tornar, de repente, um grande constrangimento. Apaixonar-se por um amigo (ou por uma amiga) é sempre motivo para uma angustiante reflexão: e se além de não ter meu sentimento correspondido eu ainda terminar perdendo o amigo?!?

Reflexão importante. Questão real. A possibilidade existe. Entretanto, existe na mesma proporção para o lado positivo. Ou seja, da mesma forma que você pode descobrir que “não”, também pode descobrir que “sim”. O amigo pode ser realmente um excelente candidato à vaga de amante.
Portanto, melhor do que se consumir com pensamentos fantasiosos e medos infundados, é tentar averiguar e apurar este novo sentimento em pauta: tateando a relação, chegando com calma e, enfim, jogando limpo.

Se uma amizade está, naturalmente, baseada na sinceridade, na transparência e no respeito mútuo, espera-se que haja acolhimento de qualquer sentimento, ainda que não seja correspondido.
Para isso, em primeiro lugar você precisa considerar o “sim” e o “não”. Se “sim”, ótimo! Se “não”, recolha-se e preserve o que já existia de bom.

Fácil? Não! Mas inteligente e possível. O outro pode perfeitamente não se interessar por você, ainda que lhe adore como amigo. Por isso, conservar a amizade é fazer-se um bem enorme, ainda que precise de um tempo para assimilar a impossibilidade de transformar esta relação numa outra, que apazigúe seus desejos mais íntimos.

O que acontece, no entanto, muitas vezes, é o retraimento de um dos dois ou dos dois. Por medo de não ser correspondido, o apaixonado se afasta sem explicar seus motivos. O outro, por sua vez, não sabe como agir e vai deixando a amizade esfriar.
Ou ainda uma outra possibilidade: quando o amigo percebe que o outro está se apaixonando, não sabe como agir, não consegue ser sincero e expressar o seu “não” e, assim, prefere se afastar, deixando o outro sem chão, sem saber o que fazer... sentindo-se péssimo e com a sensação de, além de ter estragado a amizade, ter levado um “fora” silencioso... o que não é, definitivamente, uma atitude amigável.

Quando os sentimentos são correspondidos, é bem provável que tudo vá se desenrolando tranqüilamente. O desconforto acontece quando um ou outro não expõe o que verdadeiramente sente e termina tumultuando a relação.

Minha sugestão, seja qual for a circunstância, seja lá o que for que já tenha ou não acontecido entre dois amigos, é uma clara, objetiva e sincera conversa. Expor os sentimentos e as percepções e falar dos desejos de cada um é a melhor maneira de resolver uma pendência, acabar com os fantasmas que assombram a amizade desnecessariamente e ainda construir uma intimidade maior do que a que havia antes.

Enfim, uma amizade pode virar um grande amor e uma experiência fantástica na vida de duas pessoas. Mas se o amor nascer apenas em um coração, ainda assim se pode descobrir uma oportunidade preciosa de compartilhar a alma com um amigo pra qualquer ocasião.

Rosana Braga é Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante
e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro"
e "Amor - sem regras para viver", entre outros.
www.rosanabraga.com.br e Comunidade no Orkut

Email: rosanabraga@rosanabraga.com.br

Divagação sobre amor...

"Não pense que o amor é eterno. Ele é muito frágil, tão frágil, quanto uma rosa. Pela manhã, ela está ali; ao entardecer, ela se foi. E pequenas coisas podem destruí-la"

Quanto mais elevado for algo, mais frágil será. Ele precisa ser protegido. Uma pedra permanecerá, mas a flor irá embora. Se você atirar uma pedra na flor, a pedra não se machucará,mas a flor será destruída.
O amor é muito frágil, muito delicado. Você precisa ser muito cuidadoso e cauteloso com ele. Você pode causar um tal dano que o outro se fecha, fica defensivo. Se você estiver brigando muito, seu parceiro começará a escapar; vai se tornar cada vez mais frio e fechado, de modo a não ficar mais vulnerável a seu ataque. Então, você o atacará ainda mais, porque você resistirá a essa frieza. Isso pode se tornar um círculo vicioso, e é assim que as pessoas enamoradas pouco a pouco se separam. Elas se afastam uma da outra e acham que a outra foi a responsável, que a outra a traiu.

Na verdade, como percebo, nenhuma pessoa enamorada jamais traiu alguém.
É somente a ignorância que mata o amor.

Ambas queriam ficar juntas, mas ambas eram ignorantes. A ignorância delas fez com que entrassem em jogos psicológicos, e esses jogos se multiplicaram. Cada vez mais casais se afastam, não se nutrem, não se regam.... Como o amor pode sobreviver? Se você tem um amor, se sente-se amado e quer continuar amando, saiba como cuidar e nutrir o seu amor -aqui e agora, não depois. Depois pode ser tarde, pode tudo já ter sido destruído. Fique atento!

Osho

Desapego (2)

Não adianta "fecharmos as cortinas da janela da alma" a fim de levarmos uma vida de sonhos - repleta de pensamentos e vazia de experiências - , atenuando ou impedindo os estímulos externos. Isso é um "desapego defensivo", ou resignação neurótica, e não uma virtude genuína.

Denominamos "desapego defensivo" o mecanismo de fuga da realidade utilizado, de forma inconsciente ou não, por pessoas que possuem um constrangimento auto-imposto proveniente do medo de amar, ou mesmo de se perder na sede de amor por objetos, pessoas ou idéias e de serem absorvidas por enorme necessidade de dependência e de submissão fora do próprio controle.

Esse "desapego de proteção" tem como base profunda um processo mental ativado tão logo o indivíduo perceba algo ou alguém que tenha grande significado para ele, e que, se o perdesse, seria muito doloroso. Ele adota uma atitude de contenção dos sentimentos e se isola com indiferença e desprezo diante do seu mundo sensível.

Declara-se desinteressado e frio, mantendo por postura íntima o seguinte pensamento: "eu não me importo", quer dizer, "não abro as portas do meu sentimento". (Aliás, a palavra "importar" vem do latim importare - "trazer para dentro" ou "trazer para si"). Assim, ele não se sentirá frustrado ou ameaçado pelos conflitos, porquanto supõe ter atingido um "real desapego", quando, na verdade, apenas utiliza uma desistência da expressão, do anseio, da vontade, da satisfação e da realização pessoal, ou seja, restringe e mutila a vida ativa.

Por outro lado, o "desapego saudável" é uma vivência que leva ao crescimento íntimo e uma expansão da consciência, enquanto a experiência defensiva conduz a um bloqueio das sensações, fazendo com que as pessoas vivam numa aparente fuga social, exibindo atos e comportamentos fictícios, envolvidas que estão por uma atmosfera de falsa renúncia e altruísmo.

É considerada pelos Espíritos Superiores como "duplo egoísmo" a atitude de certos "homens que vivem na reclusão absoluta para fugir do contato do mundo".

Não podemos nos esconder atrás de valores sagrados para camuflar conflitos de caráter afetivo, sexual, profissional, cultural, religioso - isso é escapismo.
Enfim, uma deserção da participação social é, na verdade, um fenômeno retardatário do amadurecimento psicológico. Esse tipo de desapego, que parece ter como motivo um imenso desprendimento por bens materiais ou pessoal, comprova, acima de tudo, ser apenas um desejo de fuga ou um receio proveniente do egoísmo.

Uma atitude auto-imposta por dúvidas e desconfiança, insegurança e temor, além de nos auto-agredir, nos afasta do caminho natural e nos desvia do dinamismo evolutivo da Vida Providencial. Não adianta "fecharmos as cortinas da janela da alma" a fim de levarmos uma vida de sonhos - repleta de pensamentos e vazia de experiências -, atenuando ou impedindo os estímulos externos. Isso é um "desapego defensivo", ou resignação neurótica, e não uma virtude genuína.

As criaturas do mundo estão cheias de fictícios desapegos que, na realidade, reduzem a visão da verdadeira espiritualidade, dificultando as muitas maneiras de despertar as potencialidades da alma.

Diz-se que um indivíduo "apegado" é indeciso e inerte, porque perdeu a conexão consigo mesmo; não sabe mais o que quer para si, não mais navegava os mares nem desbravava os continentes de seu reino interior - desviou-se de sua rota existencial.

Disse Jesus: "Em verdade, em verdade, vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto. Quem ama a sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guardá-lá-á para a vida eterna".

O entendimento das palavras do Mestre pode nos libertar do sofrimento a que nos arremessou o apego.

O "amar a vida" ou "odiar a vida" a que Cristo se refere é, exatamente, o despertar ou a conscientização de que as coisas vêm e vão na nossa existência, e que é preciso adotar a prática do desapego em relação a elas. O apego é a memória da "dor" ou do "prazer" passado, que carregamos para o futuro. Atrás de cada sofrimento existe um apego.

"Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto".
Eis a excelência da mensagem: tudo em nossa vida terrena é transitório, vai passar; vai mudar e ir além... Os "grãos de trigo" vão tomar uma nova feição - se transformarão num imenso trigal e, mais adiante, se converterão na prodigalidade do alimento generoso.

Apego é a não-aceitação da impermanência das coisas. Na Terra nada se perpetua, somente a alma é imortal".

Do livro OS PRAZERES DA ALMA - Pagina 25-27 - editora BOA NOVA

Desapego x Apego






Desapego... que exercício difícil para nós ainda presos ao ego humano... o apego é uma das maiores ilusões da vida terrena... apegar-se a que? A quem? Apegar-se para que? Se tudo é transitório, se tudo é passageiro...

O apego é uma das fontes de maior sofrimento... quanta dor, quantas lágrimas por nada.

O apego é o mesmo que querermos segurar o vento, o ar... somente com o desapego é que podemos ter... ter o que é da alma... porque nós não temos... nós simplesmente somos... somos o que somos.

O sofrimento do apego se inicia aqui, na Terra, quando presos aos mayas* acreditamos ter posse sobre as coisas materiais; a nossa terra, a nossa terra, a nossa casa, as nossas roupas, a nossa beleza, o nosso carro, o nosso cargo, a nossa posição social, o nosso talão 5 estrelas, o nosso cartão de crédito internacional, a nossa empresa e assim por diante... Claro que a prosperidade é um direito do ser, é estarmos em sintonia com a energia da abundância cósmica, mas não podemos confundir com posse...

Alguns tem um forte sentimento de apego dentro de um Fusca 64 e outros passarão totalmente desapegados dentro de uma Mercedes 2003... nós aprendemos na Luz e na sombra... temos que perder para darmos valor ao ganhar, temos que passar pela escassez para aprendermos a buscar a abundância; e a vida é uma grande roda, que gira e gira e nós vamos vivenciando todos os desafios, todas as situações para adquirirmos sabedorias... tudo é cíclico... tudo é empréstimo temporário para o nosso aprendizado.

Quanto sofrimento é gerado à alma no momento do seu desencarne, quando, presa aos apegos terrenos... não alcança a Luz porque está olhando as sombras; não atinge um nível maior de consciência porque está presa à inconsciência dos apegos terrenos...

Devemos sim viver os prazeres da terra, com o desapego da alma... vivendo aquilo que a vida está nos proporcionando sem a prisão do medo da perda...

E o que dizermos do apego emocional? Ah... é mais e muito mais dolorido!

Criamos inúmeras vezes na nossa mente, no nosso corpo emocional, a ilusão de que o outro nos pertence, que nós temos posse sobre o outro e também vendemos a ilusão que o outro tem posse sobre nós... e neste jogo emocional vivemos anos, vidas inteiras e criamos laços carmáticos profundos... e o mais irônico, para não dizer o mais triste, é que nos atrevemos, presos a esta visão distorcida, a chamar isto de amor! Mas temos que compreender que para atingirmos o Desapego e o Amor Maior, temos que vivenciar o apego e o amor terreno. São os nossos primeiros passos para alcançarmos a sabedoria dos Mestres.

Nós confundimos apego profundo com desapego e não conseguimos realmente enxergar nossa confusão e a vida faz a parte dela, ou seja, gera o desapego para percebermos o quanto estávamos apegados.

Na minha própria experiência de vida e na minha experiência profissional já tive a abençoada oportunidade de perceber esta distorção.

Na minha mente vêm, neste momento, dois ou três casos recentes que ilustram esta situação e vou citar um deles para que, através de uma profunda reflexão, sirva-nos como um aprendizado, porque a humanidade é interligada e um influencia o outro; o aprendizado de um altera o todo.

“A Maria e o João foram casados por quase 20 anos. O João se apaixonou pela Joana e foi embora em busca da sua felicidade, real ou ilusória, não importa aqui. Isto já faz dez anos... O João foi embora mas continuou iludindo a Maria. Não permitia que ela se desprendesse dele. Visitava-a constantemente, a presenteava sempre, escrevia cartas dizendo da sua ligação com ela, que não conseguia esquecê-la, mas que não tinha forças para deixar a Joana pois ela era tão frágil... tão necessitada dele... e que a Maria sim, era forte, e como ele a admirava por isso e que a Maria poderia compreender e esperar que ele resolvesse a situação... e que tentaria resolver o mais breve possível e em algumas vezes até deixava transparecer que seu desespero era tão grande que poderia até se suicidar e que a Joana era tão dependente que se ele a deixasse provavelmente ela seria capaz de fazer uma loucura e o que seria dele? E a consciência e responsabilidade dele? Nunca mais se perdoaria. A Joana era tão depressiva... até tomava vários medicamentos... e a Maria nisso tudo? Um verdadeiro exemplo de desapego... negou a própria vida, parou de lutar por suas metas, escondeu-se atrás destas migalhas ilusórias e ficou aguardando esperançosa o retorno do João; ficou adiando ser feliz por todos esses anos... Quando o João retornasse como seriam novamente felizes”!

Desapego? Amor incondicional? Baixa auto-estima? Sim, pode até ser “amor” mas o amor incondicional é desapego e desapego é amor incondicional... é querer a felicidade e o bem estar do outro e de si mesmo. Mas para amarmos o outro temos também que nos amar e nos respeitar. Será que não é um apego tão forte, tão enraizado, que não permitimos que o outro seja feliz e num grande auto boicote, optamos em sermos infelizes para não nos desapegarmos do outro e não permitirmos que o outro se desapegue de nós.

O que aparenta desapego é um profundo apego; tão forte que preferimos renunciar à própria felicidade do que renunciarmos ao outro.

Estejamos atentos aos mayas... aos autoboicotes... às migalhas que acreditamos merecer...

Desapego nos liberta. Apego nos aprisiona.

Exercitemos o desapego das coisas materiais, das ilusões emocionais, dos rancores, das mágoas, de tudo aquilo que nos aprisiona.

Libertemo-nos! Sejamos livres no Desapego!

* Mayas (do sânscrito): "Ilusão".



Por :: Ingrid Dalila Engel :: Site : www.somostodosum.com.br

Impermanência...

Texto de Shunryu Suzuki, extraído do livro
"Mente ZEN, mente de principiante"


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O ensinamento básico do budismo é a impermanência ou a mudança. Para cada existência, a verdade básica é que tudo muda. Ninguém pode negar essa verdade e todo o ensinamento do budismo está condensado nela. Este ensinamento é para todos. Seja onde for, este ensinamento é verdadeiro. Ele é entendido como o ensinamento da inexistência de uma entidade individual. Por estar cada existência em constante mudança, não existe um eu individual. De fato, a natureza essencial de cada experiência nada é senão a própria mudança. Ela é a própria natureza de toda existência. Não existe uma natureza especial ou entidade individual permanente para cada existência. Este também é chamado o ensinamento do nirvana. Quando percebemos a perene verdade de que "tudo muda" e encontramos serenidade nisso, descobrimo-nos no nirvana.

Sem aceitar o fato de que tudo muda, não podemos encontrar perfeita tranqüilidade. Mas, infelizmente, embora seja verdade, temos dificuldade em aceitá-lo. Por não conseguirmos aceitar a verdade da impermanência é que sofremos. Em conseqüência, a causa do sofrimento é a não aceitação dessa verdade. O ensinamento da causa do sofrimento e o ensinamento de que tudo muda são, pois, dois lados da mesma moeda. Em termos subjetivos, este ensinamento é simplesmente a verdade básica de que tudo muda.

O mestre Dogen disse: "Ensinamento que não parece forçar alguma coisa em você, não é verdadeiro ensinamento". O ensinamento em si próprio é verdadeiro e em si mesmo nada força em nós; é por causa de nossa tendência humana que recebemos o ensinamento como se alguma coisa nos estivesse sendo imposta. Mas, quer nos sintamos bem ou mal a respeito disso, essa verdade existe. Se nada existisse, essa verdade não existiria. O budismo existe por causa de cada existência particular.

Devemos encontrar a perfeita existência através da existência imperfeita. Devemos encontrar a perfeição na imperfeição. Para nós, a completa perfeição não é diferente da imperfeição. O eterno existe por causa da existência não-eterna. No budismo, esperar algo fora deste mundo é um ponto de vista herético. Não buscamos nada fora de nós mesmos. Devemos encontrar a verdade neste mundo, através de nossas dificuldades, de nosso sofrimento. Este é o ensinamento básico do budismo. O prazer não é diferente da dificuldade. Bom não é diferente de mau. Bom é mau; mau é bom. São dois lados da mesma moeda. Portanto, a iluminação deve estar na prática. Este é o entendimento correto na prática, o entendimento correto da nossa vida. Assim, encontrar prazer até no sofrimento é a única maneira de aceitar a verdade da impermanência. Sem compreender como aceitar essa verdade, você não pode viver neste mundo. Mesmo que tente escapar dele, seu esforço será em vão.

Se você pensa que existe alguma outra maneira de aceitar a eterna verdade de que tudo muda, é ilusão sua. É o ensinamento básico de como viver neste mundo. Qualquer que seja seu sentimento acerca disso você tem de aceitá-lo. Você tem de realizar este tipo de esforço.

Assim, enquanto não nos tornamos fortes o bastante para aceitar a dificuldade como prazer, temos de continuar no esforço. Na verdade, quando você se torna suficientemente honesto e franco, não é difícil aceitar essa verdade. Você pode mudar um pouco sua maneira de pensar. Sabemos que é difícil, mas a dificuldade não será sempre a mesma - algumas vezes será difícil, outras nem tanto, Se você está sofrendo, achará algum prazer no ensinamento de que tudo muda. Quando você tem problemas, é bem fácil aceitar este ensinamento. Então, por que não aceitá-lo em outras ocasiões? É a mesma coisa, Às vezes, você até pode rir de si mesmo ao descobrir quão egocêntrico é. Mas, independente de como se sinta a respeito deste ensinamento, é muito importante mudar sua maneira de pensar e aceitar a verdade da impermanência.

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Dedicatória: Agradeço a você, sempre, por me trazer devolta à realidade quando começo a me perder em minhas neuroses, minhas insanidades. Obrigado por existir "My Little Prince"

domingo, 5 de outubro de 2008

MAtrix Ping Pong

Faz tempo que procurava isso...

Wushu - Samurai and the Fly

Piada antiga essa... hehehe
Memorável

Be Water My Friend

"Empty your mind. Be formless, shapeless, like water. Now you put water into a cup, it becomes the cup. You put water into a bottle, it becomes the bottle. You put it into a teapot, it becomes the teapot. Now water can flow, or it can crash. Be water, my friend..."
Bruce Lee, still one of the best.