terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Inferno e o Céu

Texto e figuras copiados diretamente do blog:
http://kabiakashodo.blogspot.com/2008/08/o-inferno-e-o-cu.html



Um valente samurai certo dia procurou um pequeno monge zen-budista e perguntou:

- Oh, monge, ensina-me sobre o Céu e o Inferno!
- Ensinar-te sobre o Céu e o Inferno? Como ensinar-te alguma coisa? De nada aproveitaria. Tu estás imundo. Exalas um fedor insuportável. A lâmina da tua espada está gasta e enferrujada. Você, como samurai, é uma decepção total. Uma vergonha. Sua presença é detestável. Suma imediatamente da minha vista!...

O samurai ficou vermelho de raiva, a ponto de nem replicar ao monge por palavras. Ele, que sempre se considerou um grande guerreiro, não poderia admitir tanta ousadia. Então, resolveu erguer a espada vigorosamente e preparou-se para decepar a cabeça do monge.

- Isso é o Inferno. Disse o monge com absoluta mansidão.

O samurai, parou, pensou duas vezes na sua decisão e na intervenção do monge. Foi baixando lentamente a espada com o coração apaziguado pela explicação serena do monge que lhe ofereceu a própria vida para esclarecê-lo sobre a natureza do Inferno.

- Isso é o Céu. Rematou serenamente o monge.

Conclusão: a raiva faz da nossa vida um Inferno e a serenidade faz-nos viver no Céu. Quando nos sentimos provocados a ponto de sentir raiva, o melhor é inspirar e expirar lenta e profundamente, enquanto contamos até dez; quando a provocação nos levar a sentir muita raiva, o melhor é continuar contando até cem. De qualquer modo, se algumas vezes fracassarmos, é bom pensar que o erro é um passo para o aprimoramento, desde que o reconheçamos e insistirmos em prosseguir no treinamento para acertar. A cada êxito repetido, o hábito positivo se estabelece gradativamente até que se torne definitivo...

domingo, 26 de outubro de 2008

Monólogo a Três

Texto copiado do site:
http://marconileal.opensadorselvagem.org/monologo-a-tres/

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EGO: Olha ali, é ela, na parada do ônibus!
ID: Rapaaaz! Cês tão vendo? Fi-fiu! Que tesão! Eu arrancaria as calças dela usando apenas os caninos. Depois arranharia as costas todas com a unha encravada do dedão do pé esquerdo. Apertaria cada um daqueles peitões com os sovacos antes que ela pudesse dizer “papanicolau” e…
SUPERGO: Caluda, selvagem! Se você der um passo eu te arrebento a cara e te amarro num poste, nu e lambuzado de graxa.
ID: Uhhhmm, olha como o rapaz tá “nervosa”! Quer me amarrar no poste, é, lindão? Lambuzado de graxa? Não seria melhor usarmos mel? Ui! Vem, vem meu tesudo, me bate, me chama de Idinho, me sodomiza…
SUPEREGO: Eu vou matar esse cara!
ID: Ai, que voz grossa! Fiquei todo arrepiado!
SUPEREGO: Vem cá, canalha, que eu te esgano!
EGO: Fiquem quietos, vocês dois! Será possível? A moça é aquela ali. Pela descrição, é aquela ali. E agora? Que é que eu faço?
ID: Como “o que é que faz”? Vai lá e, pra não assustar muito, começa massageando o clitóris dela com o cotovelo, por cima da calça.
SUPEREGO: Cala a boca, indecente! Parece que não tem mãe!
ID: Tenho, sim, e das gostosas! Só não comi até hoje por conta dos teus recalques…
SUPEREGO: Agora eu te castro, demônio!
ID: Ih, lá vem ele de novo com essa fixação!
EGO: Pára! Pára! Pô, eu numa aflição dos diabos aqui e vocês dois discutindo! Que cacete!
ID: Cacete? Onde? Onde?
SUPEREGO: A culpa é desse anormal! Sacripanta!
EGO: Chega! Será que dá pra ter um pouco de consideração? É o primeiro encontro. Eu tô nervoso.
ID: Tá nervoso porque não fez o que eu mandei.
EGO: E o que foi que você mandou?
ID: Disse pra tu fazer o cinco a um.
EGO: Ahn?
ID: Sacolejar o careca.
EGO: Quê?
ID: Podar a mandioca.
EGO: Como?
ID: Enforcar o pelado.
EGO: Do que é que cê tá falando, afinal?
SUPEREGO: Masturbar-se. O caso patológico aí queria que você se masturbasse pra passar a tensão. Não escute o que ele diz. Trouxe as rosas, não trouxe?
EGO: Trouxe.
SUPEREGO: E a caixa de bombons?
EGO: Sim.
SUPEREGO: Pois muito bem. Agora você vai até ela, deseja boa-tarde, apresenta-se e pede permissão pra se sentar ao seu lado.
ID: É, aí depois vocês dispensam a dama de companhia, dão um passeio de coche e vão até uma loja de chapéus. Tenha santa paciência! Isso daqui é o século XXI, mermão! Tu acha o quê? Que a tesuda aí acabou de sair de dentro de um livro de José de Alencar? Seguinte, vai lá e diz: “E aí, benzinho? Cheguei. Tá a fim de dar uma?”
EGO: Sem nem me apresentar?!
ID: Tudo bem. Tem que se apresentar, claro. Então tu chega e diz: “Oi, chamego. Tudo bom? Pega na minha e balança”.
SUPEREGO: Cala a boca, sujeito! Você não sabe de nada!
ID: Olha que eu sei de coisas que tu nem imagina!…
SUPEREGO: Sabe nada!
ID: Sei, sim, Jandira.
SUPEREGO: Sabe na… Jandira? Por que é que você tá me chamando de Jandira, seu pulha?
ID: Ah, não lembra, né? Sabe aquele teu priminho de Taubaté, que vinha passar férias contigo? Como ele te chamava, nas brincadeirinhas de vocês dois no banheiro? Hein, hein?
SUPEREGO: Mentira! Isso nunca aconteceu! Calhorda!
ID: Aconteceu, Jandira. E olha que não vou falar nada daquela ereção que tu teve quando sentou no colo do titio Afonso…
EGO: Parem com isso, pelo amor de Deus!
SUPEREGO: É esse imoral, aí! Será que você não pode agir feito uma pessoa racional pelo menos uma vez na vida?
ID: Claro que não. Tu nunca leu Freud, ô engomadinho?
SUPEREGO: Não usa o nome de Freud em vão, hein? Seu reichiano de meia-tigela!
ID: Ai, que “meda”!
SUPEREGO: Eu vou te matar!
EGO: Parem com isso! Vão assustar a moça!
ID: Mata, mas me mata gostoso! Ui! Me pega de jeito, neném!
SUPEREGO: Vem cá, safado!
EGO: Olha aí! Olha lá, seus idiotas! A moça foi embora, tão vendo?! Foi embora!
SUPEREGO: Quem mandou dar ouvidos a esse crápula? Um sujeito que faria sexo com ele mesmo se conseguisse!
ID: Vai dizer que tu nunca tentou?
SUPEREGO: Salafrário! Ignorantão!
EGO: Depois de tanto preparo, lá se foi o meu encontro! E é tudo culpa de vocês! Tudo culpa de vocês dois! E agora, me digam? E agora? Como é que eu fico? Posso saber?
ID: Quem sabe a gente não pega aquele negão ali, que também tá esperando o ônibus?
SUPEREGO: Será possível que você só pensa em sexo, seu cavalo?
ID: Claro que não. Também penso em torturar e maltratar as pessoas.
EGO: Inacreditável! Tudo bem, certo, fiquei sem o encontro. Mas já sei o que vou fazer com vocês. Ah, sei! Vocês me pagam. Vou agora mesmo na minha analista. Agorinha. Vocês vão ver! Venham! Vamos! Andem pro divã!
ID: Ana-nalista?
SUPEREGO: Aquela… junguiana?
ID E SUPEREGO: Não! Isso, não! Por favor! Não!

Encarando(me) de frente - Um Sinto muito a todos

Nos últimos dias reconheço que literalmente "surtei"...

Aos que notaram antes de mim, eu sinto muito, pois fui cego e teimoso. Não fui boa companhia por vários momentos. Agora é encarar e mudar as minhas reações, tornando-as conscientes e não me deixando viver o passado, mas sim somente o presente. Sem nóias, sem delusões quanto a qualquer coisa. Sem ficar deixando minha imaginação criar frutos ilusórios, sem deixar minha imaginação me fazeracreditar que o que acontece é X quando na realidade não passa do que "é".

Parei para revisar os posts do Blog, e notadamente tem coisas muito insanas. Principalmente no último mês.

Algumas por pura poesia, outras por pura dor de cotovelo. Em momentos que me senti sozinho ou isolado. A minha incapacidade de ter enxergado esse problema até esse momento, me cegou quando mais precisei estar consciente de tudo.

Mas apesar dos pesares, finalmente consegui enxergar parte de tudo isso. Não sei calcular o prejuizo que posso ter causado com as minhas amizades. Espero que não perca nenhuma delas.
Pois meus amigos e amigas, são um tesouro que tenho em vida, estou apredendo a deixá-los livres para irem e virem quando quiserem. Mas quando estive presente com todas as pessoas, todos meus amigos, na maior parte do tempo, eu estava lá por completo, sem presença marcante dessa outra parte. Mas de uns dias para cá, comecei a notar reações minhas que eu mesmo não estava controlando ou tendo com um nível de consciência de onde estavam vindo.

Ainda não cheguei ao ponto que pretendo, que é ter acesso direto às memórias que me fazem esse mal todo. Aceitá-las e aprender a conviver com esse passado. Já achei boa parte delas, já encontrei possíveis razões, mas não vou me deixar parar até chegar à raiz de tudo isso, não irei parar até encontrar a primeira causa, e conseguir apaziguá-la no meu coração.

Um momento, um simples momento, uma voz que não se fez presente num momento em que se criou uma expectativa, causou essa reação toda... Não causou realmente, apenas trouxe à tona isso tudo... Quem fez isso tudo, quem ocasionou tudo, FUI EU e somente eu, em um momento em que eu deveria viver plenamente, eu (sei lá por quais razões) deixei alguma porta ou janela aberta, e sentimentos do passado que eu acreditava terem sido resolvidos, se atravessaram com a realidade e se misturaram com o que eu estava vivendo, e de repente eu já nao vivia o presente, mas sim o passado dentro do presente, e já sabemos onde vai dar isso...

Como o cativo que se liberta, um "eu" se soltou das amarras, e se fez presente, trazendo dor onde não havia nada doloroso para sentir... e desse momento em diante, meu sorriso não se manteve puro. Dia a dia foi se extinguindo, sem que eu notasse, e transferindo a responsabilidade para longe, ao invés de olhar para dentro, acabei olhando para o entorno. Tentando achar culpados, transferir a culpa, transferir a MINHA responsabilidade sobre meus sentimentos e meus atos.

Confesso que houveram pessoas que sofreram perdas com essas minhas reações "adversas". Meus momentos desconexos, meus momentos de distanciamento da realidade.

Meu Ego, assumo, se apegou a uma(várias) idéia(s) e criou devaneios. Ilusão, delusão, devaneio, seja lá o nome correto, esse Ego, me fez acreditar em coisas insanas, que realmente não existiram.

Eu estava sempre lá, mas não era totalmente eu, mas uma parte que estava dominando o todo, eu estava lá, mas com uma parte de mim, querendo algo que eu não sabia.

Descobri (devido à crise depressiva de sexta para cá) , notei que havia perdido parte (ou totalidade) da minha capacidade de reagir bem a estímulos que me recordem ou tragam a idéia ilusória ou real de rejeição.

Já sei o ponto a trabalhar, como foco principal "os apegos do Ego", e as minhas reações aos condicionamentos anteriores, descobri que quando me vejo em uma situação que me leva a crer (mesmo que erroneamente) que fui rejeitado de qualquer forma, é disparada uma série de reações sutis que eu não tinha percebido até então. Mas que somadas, se tornaram uma bola de neve, me levando a praticamente um surto. Ainda tive, durante esse processo auto-depreciativo, condições de me inter-relacionar com outras pessoas, apesar de não estar mais 100% eu mesmo, e a cada dia definhando mais minhas condições internas. Meu Ego me forçou a exaurir minhas forças, pelo menos os motivos e atitudes nao foram todos em vão, ajudaram a algumas pessoas (talvez um pouco menos a mim). Sei que a partir de agora, devo me conscientizar melhor, tomar mais as rédeas, ficar mais centrado.

Já descobri, pontos outros, para ir trabalhando: os "apegos desse Ego" - desejo de nao estar só; de se sentir útil, necessário ; de ser importante para alguém(não importa quem seja); sentimento de culpa (ilusória ou não); sentimento de inadequação às pessoas e realidades; sensação de perda; mania de perseguição; apego emocional; apego a sensação de ser um benfeitor; sentimento de proteção; entre outras formas.

É extremamente difícil para mim nesse momento relatar isso tudo. Ainda mais revisando meu último mês e vendo que quem mais esteve próximo a mim, acabou levando parte dessa carga que estava presente em mim. Sinto muito a todos a quem ofendi, causei incômodo ou sensações ruins, devido a essas coisas que estavam por sob meus olhos e eu não conseguia ver. Sei que é normal para alguns esses momentos que passei, sei que quem realmente me considera, poderá ao menos tentar compreender. Mas mesmo assim sei que devo ter sido bem chato em vários momentos, sinto muito por isso, de coração, a todos. E prometo que vou passar a cuidar mais disso, a partir dessa semana, é terapia/análise para mim.

Agradeço todos os dias por ter amigos e amigas que não desistem de mim. Apesar disso tudo.
Agradeço todos os dias por ter amigos que me mostram a verdade, mesmo quando eu ainda não tenho condição de enxergar por completo.
Agradeço por ter amigos que têm essa paciência de me mostrar as coisas aos poucos, e aos que mostram tudo de uma só vez.
Agradeço pela vida que tenho, e por todos que são parte da minha.
Agradeço pelo mundo, sempre provar que ainda existe esperança e que nada é permanente.
Agradeço por tudo mudar, por tudo estar mudando continuamente.

Agradeço a todos que têm esse link para esse blog e podem nesse momento ler essas palavras.

Obrigado a tudo e a todos.

O Ego

Retirado do Blog da Monja Isshin na internet
http://monjaisshin.wordpress.com/2007/06/20/o-ego/




Me fizeram uma pergunta bastante interessante outro dia:

“Agora aqui vai uma pergunta que estou querendo fazer há muito tempo. O Buda falou (ou dizem que ele falou) que o apego gera sofrimento e que para acabar com o sofrimento temos que acabar com o apego. Certo?? Pois bem, com o Zazen tenho tomado consciência do meu enorme apego ao meu EGO!! É verdade. Parece que eu me dou muita importância. Pois bem, o que é que é que eu faço agora? Qual é o exercício para diminuir o apego ao EGO. Continuo sentando e meditando??”

Hmmm. Vejo duas respostas para esta pergunta.

Primeiro, que bom que você tem apego ao seu ego! Um ego saudável é absolutamente necessário para a gente funcionar direito neste mundo! Então, por favor, cuide bem de seu ego! Aí surgem as questões de como fazer para ter um ego saudável. Quem teve a bênção de crescer numa família saudável, provavelmente já tem um ego saudável. Mas, dependendo da história pessoal de cada um, às vezes, pode ser conveniente e apropriado fazer terapia com um bom psicoterapeuta (psicólogo ou psiquiatra) com quem sentimos afinidade. Os traumas pessoais podem prejudicar o funcionamento adequado do ego. Têm coisas que somente uma boa terapia podem resolver. A Espiritualidade não pode substituir a terapia nestes momentos. Também, a terapia não pode substituir a espiritualidade e aí vamos para a segunda resposta.

Em lugar de ficar numa dualidade de apegar-se ou desapegar-se do ego, que tal pensar em termos de “transcender” o ego, encontrar aquele espaço de não-dualidade onde você possa manifestar a sua Natureza Buda naturalmente? Com isto, poderá deixar o ego cumprir o seu papel sem que ele tente ser mais do que é.

A nossa prática não é bem para “matar o ego”, mas, de certa forma, domesticá-lo, deixá-lo fazer aquilo pelo qual existe, sem mais nem menos. Para isto, primeiro, temos que acolhê-lo com o mesmo carinho com que acolhemos uma criança e aceitá-lo como ele é - parar de brigar com ele. A partir desta aceitação, ganhamos espaço e tranqüilidade para observá-lo e aprender como ele funciona - para depois “administrá-lo” e escolher de que forma seria mais próprio deixar o ego se manifestar no mundo.

Temos, sim, que nos desapegar do orgulho, das raivas e ressentimentos, dos medos, e toda uma série de gostos e desgostos, opinões, conceitos e preconceitos e aprender a vivenciar cada momento em sua plenitude. Não vamos deixar de ter sentimentos e emoções, mas vamos aprender a não ser controlados, nem movidos, pelas nossas emoções. Não vamos deixar de ter pensamentos, mas vamos aprender a não ser controlados, nem movidos, pelos nossos pensamentos.

Mais ainda, não vamos mal-interpretar a própria palavra “desapego” - não vamos deixar de nos relacionar com os outros, de amar e ser amados, mas vamos, sim, aprender a respeitar os outros e não ficar tentando controlá-los, nem nos deixar ser controlados.

Então, como vamos fazer? A nossa prática é formidável e tem três aspectos, nenhum dos quais deve ser esquecido: o Zazen, corretamente sentado; o estudo do Darma, através dos textos e com o relacionamento com um professor de Darma; e a prática dos Preceitos, junto com uma Sanga saudável.

Quando um destes elementos falta, a nossa prática vai ficar limitada, mas não é por isto que não vamos fazer o melhor que podemos.

Mesmo que não tenhamos professor ou mesmo que não tenhamos Sanga, podemos sentar zazen, estudar os textos e nos esforçar ao máximo para evitar quanto mais possível as armadilhas do caminho. Podemos considerar todas as pessoas em nossa volta como os nossos professores, cada um ensinando, de seu jeito, um pedacinho do Darma. Podemos considerar todos os acontecimentos de nossa vida como o Darma se manifestando, nos ensinando constantemente. Podemos considerar todas as pessoas com quem nos relacionamos como a nossa Sanga, grupo com quem praticamos os Preceitos. Mas, o caminho solitário é muito, muito difícil.

Melhor seria praticar com um grupo, pois, se o grupo zelar mesmo, sempre procurando manter os preceitos, todos vão poder se ajudar mutuamente na prática. É o espaço perfeito para exercitar a gratidão e a compaixão, observar as nossas ações, junto com pessoas que compartilham a mesma prática. Mais uma vez, se não tiver professor de darma, alguém que já passou por treinamento, vai ser bem mais difícil. Mesmo assim, não é por isto que não devemos procurar praticar da melhor forma possível, especialmente se temos uma pessoa com “rakusu” (que já recebeu os preceitos) para co-ordenar o grupo. É só tomar bastante cuidado, o tempo todo, para não cair nas armadilhas de auto-ilusão ou de ilusão-grupal. Para isto, a constante re-lembrança dos preceitos e prática de arrependimento, constante reflexão sobre o seu próprio comportamento e ações são necessárias.

Sentar zazen e mais zazen é imprescindível - mas somente sentar zazen daria num beco sem saída, pois, sem o estudo do Darma e a Prática dos Preceitos, depois de um tempo, o zazen acaba estagnando-se, sem progredir além de um certo ponto. Tem que ser Zazen corretamente sentado, e isto não é fácil. Como saber se o seu zazen está correto? Isto também não é fácil, mas, em princípio, mesmo que a gente senta “sem objetivo, sem meta”, mesmo assim, quando o Zazen é correto, a gente deve perceber aprofundamento da prática, abertura cada vez maior do Olho de Sabedoria e Coração de Compaixão, constante auto-transformação.

E nesta auto-transformação, que possamos nos tornar a Paz, transcendendo o ego pequeno, manifestando mais e mais a nossa Natureza Buda.

Que os méritos de nossa prática possam se estender a todos e que possamos todos nos tornar o Caminho Iluminado.

Gassho,

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