quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Lótus e a Concha


Antes de começarmos, visualize bem as duas imagens...





Essa é a razão de várias coisas que tenho vivido nos últimos 15 anos.
A procura de uma resposta para questões que nem conseguia nominar.


  1. Sobre a Lótus.
    • A flor de Lótus é venerada na Índia e no Japão, e Oráculo disse que essa era a flor símbolo da espiritualidade; a mais admirada de todas, do "lado de lá", por suas qualidades. A semente de Lótus pode, por exemplo, ficar mais 5.000 anos sem água, somente esperando a condição ideal de umidade pra germinar. Ela nasce na lama e só se abre quando atinge a superfície, onde só então mostra suas luminosas e imaculadas pétalas, que são autolimpantes, isto é, têm a propriedade de repelir microrganismos e poeiras. É também a única planta que regula seu calor interno, mantendo-o por volta de 35º, a mesma temperatura do corpo humano. O botão da flor tem a forma de um coração, e suas pétalas não caem quando a flor morre, apenas secam. Assim, para os Chineses, o passado, o presente e o futuro estão simbolizados, respectivamente, pela flor seca, pela flor aberta e pela semente que irá germinar.
      Nas gravuras indianas, deuses costumam aparecer em pé ou sentado sobre a flor. Isto ocorre com as representações do deus elefante (Ganesha), Lakshmi — a deusa da prosperidade — e Shiva, O destruidor. Krishna têm a seus pés algumas flores de Lótus, que são chamados pada-kamala (pés-de-Lótus). A tradição budista nos relata que quando Siddhartha (que mais tarde se tornaria o Buda) tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram. Representa, assim, que cada passo do Bodhisattva é um ato de expansão espiritual. Tanto que o conhecimento espiritual supremo é comparado ao florescimento do Lótus de mil pétalas no topo da cabeça, como é chamada a expansão do chakra coronário, e seria o equivalente à auréola dos santos da Igreja Católica.



  2. Sobre a Concha
    • A concha representa o Amor, ou Dom Supremo.

      Entenda-se, a concha é feita por duas partes, diferentes, unidas por um único ponto, que é maleável, pois permite o movimento entre as duas, porém, é recoberto por uma fina camada de material vivo, que torna quase impossível separar as duas partes, enquanto o ser vivo que ali existe, permanece entre as duas partes. Algumas conchas, podem produzir pérolas, sendo que as pérolas são obtidas pela inserção (acidental ou não) de um grão de areia entre as duas partes da concha, quer dizer, no ser que ali reside. Esse ser, por sua vez, por estar com esse corpo estranho aplicado a si, tenta se defender do corpo estranho, aplicando nele, sua própria essência, o recobrindo por camadas e mais camadas de matéria, criando assim uma pérola, com o passar do tempo.
      A representação simbólica se dá por comparação à vida.
      As duas partes da concha inteira, que se complementam, sendo inteiramente opostas uma à outra, tendo apenas um único ponto que as une, seria o Homem e a Mulher, unidos por um ponto, FORTE, único, poderoso e praticamente indestrutível, o Amor entre os dois.

      A parte interna, a vida que existe na concha, seriam os filhos e protegidos pelas "asas"da concha. Os amados do casal, da Família ali alicerçada. O próprio Amor existente entre o casal.
      A união entre as asas da concha, só se despedaça quando a vida que ali reside, se esvai por completo. E em alguns casos, mesmo depois da vida se extinguir, ainda persiste, dando abrigo a outros seres vivos que usufruem das asas ainda protetoras da concha.

      Além disso, a Concha é exemplo de constante renascimento, pois a cada dia, o tamanho da mesma aumenta, para proteger o seu residente. Não há nenhuma permanência em seu tamanho, pois a cada dia é liberado carbonato de cálcio, que se solidifica e anexa mais uma leve camada (ou anel) em torno da concha, aumentando seu tamanho.

      A pérola, que se forma quando algo fere o ser residente da concha, é criado a partir da defesa do ser que ali vive. Ele envolve o objeto estranho, que o fere, com substancias que o alisam, para tornar menos agressivo, depois de algum tempo, o tornando redondo, uma pérola.

      As pérolas, hoje tão valiosas materialmente, são obtidas pela dor que um ser vivo sentiu por longo período. E ao invés de lutar contra, pelo contrário, usa uma defesa passiva, acolhendo seu agressor a si mesmo, o recobrindo por seu próprio corpo, o protegendo e se protegendo dele. Assim, ao invés de devolver a agressão, torna-se um ser exemplar, pois devolve o contrário daquilo que recebe como ofensa.

      Eis o produto da Concha, um ser vivo, que prefere não atacar, e ser ferido, ao que devolver a agressão ao seu agressor. (Uma não agressão passiva)

      As asas da Concha, o Homem e a Mulher, que embora diferentes, parecidos, simétricos, sendo um o espelho do outro, são diferentes, pois ambos só podem relacionar-se com um e somente um par, sendo este o seu simétrico ou metade idêntica. A escolha não é feita por um dos dois, nem pelos dois juntos. Simplesmente acontece

      Acontece que o Amor não ocorre por escolha de uma das duas partes, mas sim, nasce entre as duas, e cria o vínculo indestrutível, enquanto Ele mesmo existe entre as duas partes.
      A concha nos mostra isso, as asas só nascem para dar abrigo ao ser que existirá entre as duas, E os três, O Ser, A Concha Mulher, e a Concha Homem, se unem simultaneamente.

      Mas se a Mulher e o Homem são duas partes da Concha, o que seria o Ser que ali existe?
      O ser existente entre os dois é a própria essência do Amor, que aparece, e une os dois aparentemente distintos, antes não existentes um para o outro, que agora se formam unidos, por uma força poderosa, que os une numa convergência de suas diferenças, para uma união de suas qualidades.

      Compreenda, o Amor verdadeiro, suporta as maiores penitências para sobreviver.
      Mesmo que as duas partes não sejam concordantes, se uma quer abrir para cima, ou outra para baixo, o Amor que existe entre as duas, as mantém unidas. E, caso ocorra alguma agressão a esse Ser (Amor) esse mesmo Amor, tomará para si a agressão, a recobrindo de si mesmo, de sua própria essência, tornando a agressão em algo posteriormente bom e belo, mesmo que no momento e durante algum tempo tenha sido doloroso. O Amor tudo suporta.
  3. A Concha e a Lótus, a Lótus e a Concha
    • Assim como a Lótus, que nasce da lama, cuja semente sobrevive à condições inférteis até achar momento propício para nascer, a Concha tem sua Conexão com a realidade.

      Veja novamente as duas fotos acima.
      Repare que a Lótus, parece ser formada por várias Conchas sobrepostas.
      Note que no Centro da Lótus, existe a parte onde fica o "Gineceu e o Androceu", que são as partes da planta responsáveis por sua reprodução. Ali seria o Conhecimento, a Compaixão e Amor plenos.
      A Lótus é o Amor mais sublime. Fonte de todo o conhecimento e de toda Compaixão.

      Não quero com isso, comparar meus pobres conhecimentos rudes, com a sabedoria milenar. São apenas interpretações de um leigo. As minhas...

      O que aprendi com as Conchas?
      Primeiro : Andando nas praias, é fácil ver conchas separadas, despedaçadas.
      Assim é na vida, na praia da nossa vida, existem várias conchas, algumas simplesmente separadas, outras, totalmente despedaçadas, a ponto de não se reconhecer de onde veio cada pedaço.

      Ao caminhar na praia, vejo que muitos amores, foram desfeitos, não talvez por falta de amor, mas por falta de união verdadeira entre as duas partes.

      Hoje, muitas pessoas procuram a sua outra parte, ao invés de procurar o ser que existirá protegido em si. O que quero insinuar é que, hoje em dia, nós (todos nós em boa parte das nossas vidas) procuramos o Amor , mas não nos preocupamos em manter esse amor vivo entre as duas partes.

      Como pode uma concha, manter a vida entre suas duas partes, se a única coisa, o único ponto que une as duas, não existe?

      Agora imagine, Você, quantas vezes teve a coragem de NÃO procurar o Amor na outra pessoa e o procurou DENTRO de você primeiro?

      Quando foi a última vez que você conseguiu amar de verdade, sem cobrar, sem criar expectativas impossíveis para a outra pessoa atingir ou realizar?

      Quando foi a última vez que você conseguiu entregar amor sem querer algo em troca?

      Quando foi a última vez que você procurou Amar primeiro, para depois ver onde iria acabar? Sem procurar retribuição ainda por cima?

      Eis a sabedoria da Concha, Ela Une as duas partes que antes não existiam uma para a outra, as Cria no momento exato que é criado o Ser, o Amor que as unirá.

      Não existe o Homem, antes do Amor aparecer, só existe o Animal masculino.
      Não existe a Mulher, antes do Amor aparecer, só existe o Animal feminino.

      O animal masculino, procura saciar sua sede de preenchimento. Na sua tentativa de se preencher, procura se preencher pela sexualidade, usando o sexo, a conquista, para tentar se sentir preenchido de uma falsa sensação de completude. E assim perpetua sua busca, de corpo em corpo, tentando encontrar algo que ainda não sabe o que é.

      O animal feminino, procura saciar sua sede de preenchimento, na constante procura pelo romantismo do Amor, mas sem o ter ou sentir dentro de si na boa parte das vezes. Por vezes procura primeiro a Rosa sem querer passar pelos espinhos. Mas como para se chegar à rosa, encontra-se o primeiro espinho, dói, então a pessoa foge e procura uma nova rosa, e consequentemente, um novo espinho. Assim perpetuando sua procura, buscando algo que ainda não conhece.

      Quando os dois se encontram, um espera algo do outro, que não pode obter, pois cada um se preocupa consigo próprio, ao invés de se preocupar com o que é mais importante.

      O que seria mais importante?
      O mais importante é Não procurar a própria satisfação. Procurar primeiro manter o que os aproxima, caso seja real, caso seja mútuo e verdadeiro.

      1 - Como saber o momento?
      2 - Como saber quando é real?
      3 - Como saber quando é mútuo?

      Como saber o momento?
      O momento, só é necessário viver que este se aproxima por si só. Se preocupar com o futuro é perder o presente.

      O que é real?
      O que é real, são os fatos, evitando viver na mente, internamente, vivendo o presente tal como é, e não como é imaginado, destituindo o ser de todos os Mayas*.
      * ¹ Maya (do sânscrito): Ilusão.
      ² Maya significa alguma coisa como ilusão ou fantasia, ou, filosoficamente falando, o “como se fosse”.
      ³ Maya é uma espécie de sonho, uma espécie de transe mental.
      A realidade se vê quando paramos de idealizar as pessoas, quando deixamos a nossa mente sem a distorção apegada da "paixão cega". Que nos deixa cegos para o ser humano real que está diante de nós, tornando-o apenas uma manifestação daquilo que desejamos que ele seja ou fosse, e não a pessoa real, e quando isso ocorre, não muito tardiamente, nos decepcionamos com a pessoa que consideramos amar, vendo então que já que decepcionamos, já não conseguimos a aceitar tal como é, demonstrando a real falta da presença do Amor real dentro de nós.

      A nossa vontade de ter manifestado em nossas vidas o Amor, nos faz nomear de amor, qualquer sentimento derivado de simbolismos pessoais, os quais associamos a características físicas ou intelectuais, e que quando particular pessoa contabiliza maior numero de características, nós a consideramos digna de nosso sentimento, nomeando isso de amor.

      Porém, quando escolhemos de forma lógica a pessoa a quem amar, provavelmente (não geralmente ou certamente) , essa pessoa nos decepcionará cedo ou tarde, não somente uma vez, causando a morte simbólica desse falso amor.

      O amor por escolha existe, mas já deve existir por si só para que persista.
      Não escolhemos a quem amar, simplesmente amamos. Quando não conseguimos citar motivos, razões para amar pessoa X, estamos próximos do amor real e verdadeiro.
      O amor não se explica, então, se conseguimos dar nome aos bois no tocante a motivos de amar certa pessoa, provavelmente não a amamos, mas sim, sentimos muito apreço por ela.


      Como saber quando é mútuo?
      Essa questão é mais complexa de se responder, pois não depende somente de uma das pessoas, porém, existe como saber.
      A convivência, somente esta, pode revelar a luz da verdade sobre essa pergunta.
      Um amor pode nascer em um momento, crescer em pequenos minutos, e permanecer firme durante anos. Mas necessita de convivência para se revelar.
      Caso não haja a convivência, não se pode revelar as intenções, se são carnais somente ou não carnais. Sendo amor verdadeiro, haverá paciência. O tempo será amigo e não inimigo dos dois.
      Quando a urgência se torna imperativa, há algo de errado, pois o amor não tem urgência.
      Ele se regozija na mansidão e na calma.

      O amor é o rio perene que corre em direção ao mar. Com suas águas límpidas, ora turvas, ora corredeiras, mas sempre em direção ao mar, com paciência, pois sabe onde irá.
      Enquanto corre, distribui a vida a todas as outras criaturas que dele puderem se beneficiar.
      O amor pratica o bem, antes de procurar o próprio bem.

      O fogo da paixão, precisa de alimento urgente, pois devora cada molécula de combustível para existir, e quando já não tem de onde tirar esse alimento, se mostra como é, onde havia a bela chama, a ardente e calorosa paixão, só se encontra um mar de cinzas, sujas e frias, e um deserto onde não brotará vida por bom tempo.
      A paixão procura primeiro se saciar, para depois ver os resultados.



      O Amor transforma o animal masculino e o animal feminino em seres diferentes.
      Quando nasce o amor entre dois seres humanos, os dois mudam para sempre.
      Nunca mais é o mesmo quem prova deste cálice.
      O Amor nascendo entre dois seres humanos, os aproxima, de forma inexplicável, certeira e tranquila. É como um elo de uma corrente que se forma juntamente com os outros, simultaneamente. Não se pode haver a real união entre dois seres humanos, sem o Amor como liga.

      Se essa ligação não for o Amor, essa liga quebrará, deixando os pedaços das conchas na praia.

      Quando o Amor brotar, tudo começará a fazer sentido.

      Cada parte da concha deve estar de tamanho parecido para se formar , caso contrário, haverá uma quebra na união entre as partes, alguma será mais fraca, mais frágil, menor. E assim uma terá mesmo que sem intenção, que sobrepuxar a outra. Tornando assim a relação entre as duas algo parasitivo.
      Uma terá a carga de proteger o amor existente entre as duas, enquanto a outra apenas se nutrirá com isso, e em alguns casos, poderá até ser enperolada pelo amor, pois só assim um ser que causa a dor poderia ser suportado pela Concha. Isso explica as relações em que predomina a desigualdade entre as partes. Que causa logo que uma é exaurida, o rompimento da relação.

      Quando o Amor brota, e as duas partes são de tamanho similar, quer dizer, experiências que as tornaram maduras suficientes para serem equivalentes e equilibradas entre si, aí começa a existir a liga duradoura. Não significa que nasça entre intelectuais. Simplesmente nasce quando as duas pessoas envolvidas, têm uma compreensão da vida, do outro, e de si mesmas, de certa formas parecidas, suficientemente para que possam ser compreensivas com as diferenças, podendo conviver em paz, harmonia e acolhimento mútuo.

      Assim nasce a Concha que mantém dentro de si, o Dom Supremo, o Amor Pleno.


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      Em meados de 1994, comecei a coletar conchas nas praias de Ponta da Fruta, em Vila Velha - ES.

      Durante meses, ia semanalmente à praia, pensar e refletir, era meu local mais sagrado, pois lá estavam as essências de toda a linhagem masculina da minha família. Em certa época, todos os homens da família se reuniram em um determinado ponto, e deste dia em diante, essa foi a última vez em que houve essa reunião. Três gerações, três ramos distintos da árvore familiar.

      Esta praia também teve sua simbologia, pois ali que encontrei a parte do "ermo" que precisava para poder ouvir as mensagens que a própria natureza me dizia.
      Tudo está conectado, cada grão de areia, cada onda, tudo tem uma razão, tudo tem uma frequência. Tudo entra em ressonância, e quando você consegue entrar nessa vibração, com o restante da criação, você percebe a sua importância na imensidão da existência.
      Ali descobri como ouvir as areias que percorrem a praia com o vento, as mensagens que elas tentam nos passar.
      Ali descobri as promessas de amor das conchas, o seu significado em relação à vida humana, sua mensagem de Amor e Plenitude.

      Uma das mensagens, é a sensação da Plenitude, que se torna vívida ao se encontrar uma concha específica, a concha rosada, a mais difícil de se encontrar ainda ligada a sua metade irmã. Devido a sua fragilidade em relação às outras conchas, ela é rara de se encontrar inteira, mesmo separada.

      Até hoje, encontrei apenas duas.
      A primeira, era mais forte, grande, mais dura, estava aberta como uma borboleta, porém a cor estava muito desbotada. Significa o não vivido. Ou o que não seria vivido.
      O desbotado, significava a falta de vida em si, a vida é em suma, colorida, plena de nuances, com ou sem razão de ser a cada momento e cheia de alegria. A ausência da cor viva na concha, significava o amor não vivente.
      Note-se que amor para ser vivido, precisa da entrega, quando não pode ser entregue, não pode então, ser vivido.

      A segunda, encontrei depois de quase 14 anos após.
      Essa, é mínima, minúscula a ponto de se perder de vista com facilidade, delicada que um toque com maior pressão pode quebrá-la. E, embora toda delicada, é a mais plena de vida que encontrei. Com uma cor inigualável, principalmente pelo elo ainda existente entre as duas partes, que apesar do tamanho minimo, e da força da rebentação, nao foi rompido.

      Simbolismo atual:
      Fui presenteado com aquilo que mais procurei nesses ultimos 14 anos.
      Me sinto preenchido, me sinto pleno. Me sinto acompanhado, de mim mesmo.
      Quando eu esqueci de mim mesmo, quando procurei fazer o que podia, com os recursos que podia, sem pensar em nada mais a não ser em alegrar como eu pudesse o dia da pessoa a quem queria presentear... as conchas voltaram a aparecer, e no lugar mais inusitado, na única praia que NUNCA antes havia mostrado nenhuma dessas conchas.

      E assim, o ciclo da lenda pessoal termina.
      Descobri que existe esperança possível nesse mundo.
      Descobri que os últimos Mayas que eu tinha, estão sendo apagados.
      Finalmente, encontrei as respostas, e descobri quem sou.
      E minha razão de existir. Descobri que a fonte de tudo, é a Plenitude do ser, completada em suma, pela doação aos outros, de si mesmo, na forma do Amor/Compaixão.

      Quando cheguei em casa, me dei conta de tudo o que havia acontecido. E tornei a agradecer a presença desta pessoa em minha existência. Com os olhos em lágrimas fui caminhando e percebendo a cada passo, o milagre que tinha ocorrido nessa tarde.

      Pois foram 14 anos de busca incessante por essas respostas. E logo que parei de me perguntar e procurei apenas buscar fazer o bem que tanto ansiei para mim, para outra pessoa, as respostas apareceram.

      Não quero que isto seja tentativa de prova de nada.
      Desejo o bem desta pessoa, acima de tudo. Sua presença já me enche de alegria.
      E que sempre que eu puder, eu possa fazer para esta pessoa, o mesmo bem que ela me faz, mesmo sem se dar conta.
      E quero dizer com isso, que o que sinto, não busca a retribuição.
      Quero sempre poder estar perto, da forma mais agradável para esta pessoa.
      Lutar pela felicidade dela, com ela, para ela. Pois esta felicidade centrada também na do outro, perfaz em mim o caminho que me torna mais feliz, que é vendo a essa pessoa que tenho apreço, feliz. Distribuindo assim a todos que por mim passarem, felicidade e compaixão.

      A raposa branca escolheu a quem pertencer.
      E é a pessoa a quem agora pertence também esta concha.
      Pois esta pessoa é como uma flor de Lótus na alma e coração da raposa.

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