sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pensamentos...

Hoje parei para revisar algumas coisas...
Tanto na vida quanto na espiritualidade...
Havia voltado a fumar... nos últimos dias...
Parei novamente... Pois o motivo cessou...
Essa poesia do Oswaldo, reflete muito, sobre mim, e sobre o que sou...
Não sou totalmente comum, não ajo como as pessoas comuns...
Porque acho que se eu for uma pessoa comum, não serei eu mesmo...

Sendo eu mesmo, posso ser como sou, sem medo de sofrer...
Sendo comum, teria os mesmos medos que todos têm...
Meus medos são diferentes, ainda assim são medos...
Mas não me paralisam... Minha forma de agir é distinta...
Hoje, não quero dominar... Não quero cativos à força...
Quem estiver a meu lado, terá que estar por livre opção ...

A quem o meu amor for entregue... saberá...
Que os sonhos todos podem ser realizados...
Que os mínimos desejos, podem ser atendidos...
Mesmo que não se mova uma só folha para tal...
A quem quiser me conhecer realmente...
Que tenha ouvidos...
Que tenha coração...
Que tenha paciência...
Pois sou muitos em mim mesmo,
Perdido em pensamentos,
Perdido em caminhos invisíveis...
A quem quiser me merecer realmente...
Não precisa de tanta riqueza (pois riqueza para mim é sentimento)...
Não precisa de tanta beleza (pois beleza para mim é a verdade)...
Não precisa de tanto...
Só preciso de pouco...
Mas que esse pouco, seja realmente...
Íntegro... Total... Pleno...
Não procuro paixões ardentes (embora possa arder como vulcão)...
Não procuro amores eternos (porque sei que o amor mais puro acaba, se não for cuidado)...
Não procuro soluções para minha vida (porque a solução dessa vida sou eu)...
Procuro apenas alguém...
Que queira estar perto...
Que queira me ouvir, mesmo em meus momentos de insanidade...
Que queira me ouvir de perto, que queira me amar,
Que realmente me ame quando eu menos merecer...
Procuro uma pessoa...
Que queira ser amada...
De forma sublime...
De forma humana...
Mas que não me veja apenas como homem... mas também como pessoa

Procuro a pessoa... que vai me ver, quem eu sou, como realmente sou,
E vai permanecer... E não fugir...
Sim, eu também desejo ser amado... como todos...
Sim, eu também desejo ser escutado... como todos....
Sim, eu também sou humano... como todos...
Não quero ser melhor...
Não quero ser pior...
Não quero ser igual...
Só quero ser eu....
E poder ser eu sempre...
E ser reconhecido pela voz e pelo olhar da pessoa que amo...
Eu não tenho toda a sorte do mundo...
Mas tenho toda a disposição...
E mesmo que o mundo me tente forçar a parar...
Eu continuo... sempre... esbarrando, criando novos caminhos...
Caindo, levantando...
Porque mesmo que desanime em alguns momentos...
São nos momentos mais improváveis que minha força se renova...
E tendo isso em mim... Sou o agora...
Não quero relembrar do passado, ressentindo as dores...
Não quero ficar planejando o futuro, sem viver meu presente...
Não quero viver meu presente, sem ser 100%.
Se estou do seu lado... sempre estarei ali 100%.
Mesmo que meu olhar divague para o horizonte...
É porque assim posso abrir meu coração para olhar o que há dentro do seu...
E escutar o que seu coração diz...
E tentar fazer o melhor para a pessoa que amo, e para mim...




Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei


Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Oswaldo Montenegro

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